quinta-feira, 8 de maio de 2025

BONIFÁCIO IV Papa e Confessor, Santo (~ 550-615)

Bonifácio IV nasceu em Valério, nos Abruzzos, filho de João, médico, tendo professado a vida monástica em São Sebastião de Roma. Eleito Papa em 607, no dia 23 de Agosto, foi sagrado a 15 de Setembro do mesmo ano, sucedendo a Bonifácio III, depois dum intervalo de mais de dez meses. A 27 de Fevereiro de 610, reuniu em Roma um sínodo dos bispos da Itália, no qual se tratou da vida e do repouso dos monges. A presença do bispo de Londres, Melito, deu motivo a que se discorresse, então que se podia elevar à dignidade sacerdotal os monges que tivessem as qualidades necessárias, e que nada impediria que fossem empregados no ministério de ligar e desligar. Destarte, pôs-se um termo aos costumes celtas. Melito, de volta para a Inglaterra, levou os decretos do sínodo, uma concessão de privilégios para o mosteiro São Pedro e São Paulo de Douvres, concedidos em memória de Agostinho, o fundador, e três cartas do Papa —q uma para Lourenço, arcebispo de Cantorbéry, outra para o rei Athelberto, e uma terceira para a nação inglesa. Bonifácio IV foi um pontífice zeloso e piedoso, todo inclinado para a manutenção da disciplina. Falecido em 615, meses depois da queda de Jerusalém, sob o poder persa, o santo Papa foi encerrado na antiga basílica de São Pedro, debaixo do altar do apóstolo São Tomé. 
(Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume VIII, p. 182-183)
Bonifácio IV Papa e Confessorm. 615 (Papa de 25/08/608 a 8/05/615) 
Monge beneditino originário dos marsos, o papa Bonifácio IV foi eleito para o trono papal em 608, após 9 meses de vacância. Ele é lembrado por ter consagrado o Panteão - recebido pelo imperador Focas - à Madona e a todos os santos em 1º de novembro de um ano não especificado. 
Martirológio Romano: Em Roma, em São Pedro, São Bonifácio IV, papa, que transformou o templo do Panteão obtido pelo imperador Focas em uma igreja e o dedicou a Deus em honra de Maria Santíssima e de todos os mártires; ele também estava cheio de méritos no que diz respeito à vida monástica. 
Este Pontífice está na origem da festa de Todos os Santos, que celebramos no dia 1º de novembro. Ele havia recebido como presente de Focas, imperador do Oriente, uma joia da arquitetura romana, construída 600 anos antes por Marco Vipsânio Agripa, genro de Augusto e chefe da frota imperial: o templo da deusa Cibele, mais conhecido como Panteão (templo de todos os deuses, de acordo com uma interpretação atual). Bonifácio o colocou de volta em ordem, salvando-o da ruína (Roma, na época, era uma extensão de ruínas), fez dele um templo cristão e em 1º de novembro de um ano não especificado ele o dedicou solenemente a Nossa Senhora e a todos os santos mártires, que desde então são celebrados anualmente na mesma data; primeiro apenas em Roma, depois gradualmente em toda a Igreja, honrando com eles os não-mártires e até mesmo aqueles que não são canonizados, "cujo nome é conhecido por Deus". Bonifácio IV, originário de Abruzzo, filho de um médico, tornou-se monge beneditino e, de 590 a 604, foi um dos colaboradores mais próximos do Papa Gregório Magno: uma espécie de "ministro do Tesouro", na época em que aquele grande Pontífice teve que ajudar Roma, uma cidade faminta por inundações ou secas (desastrosas para as colheitas), dizimada por epidemias contínuas. Ele foi chamado a liderar a Igreja de uma maneira inesperada e em uma situação difícil: seu predecessor Bonifácio III morreu depois de apenas nove meses de pontificado, e a Sé permaneceu vaga por mais dez meses. Ele então assumiu a cadeira no final de agosto de 608 e se viu diante das emergências que já conhecia na época de Gregório Magno. Da Inglaterra, então, como Gregório, ele recebeu notícias de sérias dissensões entre os cristãos na data da Páscoa e na aturgia. Depois, há contrastes entre os monges e os bispos. No ano 610, o bispo de Londres, Melito, veio falar com ele sobre esses problemas. Convidou-o a participar no Concílio realizado naquele ano, e depois entregou-lhe os documentos conciliares que o ajudariam a enfrentar os problemas que tinham surgido entre os mosteiros episcopais. A Itália é agora um condomínio dividido entre os lombardos e o Império do Oriente, ao qual Roma também pertence. Mas os soberanos praticamente abandonaram os súditos italianos (os Italiotes, como eles os chamavam) a si mesmos porque o Império foi de crise em crise. O imperador Focas matou seu antecessor Maurício e será morto por seu sucessor Heráclio. E então o império foi atacado na Dalmácia pelos ávaros e eslavos, que o forçaram a "comprar" a paz. Mas o perigo mortal veio da Pérsia, quando o exército do rei Cosroes lançou um ataque geral, ocupando a Síria e o Líbano, espalhando-se pela Palestina e até tomando posse de Jerusalém. No saque da Cidade Santa, a relíquia da Santa Cruz também é levada. Todos os dias há más notícias para Bonifácio IV, o Papa que continua a viver em oração e penitência como um monge, e que morre no momento de maior perigo para o cristianismo oriental. Ele foi então canonizado, oito séculos depois, por um sucessor com o mesmo nome: Bonifácio VIII. 
Autor: Franco Prevato

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