Evangelho segundo São Marcos 6,30-34.
Naquele tempo, os apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado.
Então Jesus disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer.
Partiram, então, de barco para um lugar isolado, sem mais ninguém.
Vendo-os afastar-se, muitos perceberam para onde iam; e, de todas as cidades, acorreram a pé para aquele lugar e chegaram lá primeiro que eles.
Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.
Tradução litúrgica da Bíblia
Monge, bispo
Sermão 25,1; CCL 103, 111-112
«Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão
e compadeceu-Se de toda aquela gente»
«Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7). A palavra misericórdia é suave, meus irmãos. Se a palavra é suave, quanto mais o facto! Dado que todos nós queremos misericórdia, tomemo-la como protetora neste mundo, para que nos liberte no mundo que há de vir. Com efeito, há uma misericórdia no Céu, à qual chegamos por atos de misericórdia na terra. A Escritura diz claramente: «Senhor, a tua misericórdia está no Céu» (Sl 35,6 Vulg).
Portanto, há uma misericórdia na terra e outra no Céu, isto é, uma humana e outra divina. Qual é a misericórdia humana? É inclinares-te sobre a miséria dos pobres. E qual é a misericórdia divina? É, sem dúvida alguma, aquela que concede o perdão dos pecados. Tudo o que a misericórdia humana dá ao longo do caminho desta vida, a misericórdia divina o faz na pátria. Porque é Deus que, neste mundo, sofre frio e fome na pessoa dos pobres, como Ele mesmo disse: «Sempre que fizestes isto a um destes pequeninos foi a Mim que o fizestes» (Mt 25,40). Sim, Deus, que quer dar generosamente do alto do Céu, quer receber na terra.
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