terça-feira, 12 de setembro de 2023

EVANGELHO DO DIA 12 DE SETEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 6,12-19. 
Naqueles dias, Jesus subiu ao monte para rezar e passou a noite em oração a Deus. Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos: Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota; Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor. Depois, desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano, com numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia. Tinham vindo para ouvir Jesus e serem curados das suas doenças. Os que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados. Toda a multidão procurava tocar Jesus, porque saía dele uma força que a todos sarava. Tradução litúrgica da Bíblia
Karol Wojtyla
(São João Paulo II) 
Retiro pregado no Vaticano, 
Quaresma de 1976, n.°17 
«Passou a noite em oração a Deus» 
A oração de Cristo em Getsémani é o encontro da vida humana de Jesus Cristo com a vontade eterna de Deus. O Filho fez-Se homem para que tivesse lugar esse encontro da sua vontade humana com a do Pai. Fez-Se homem para que esse encontro fosse repleto da verdade sobre a vontade humana e sobre o coração humano, esse coração que quer fazer desaparecer o mal, o sofrimento, o julgamento, a flagelação, a coroação de espinhos, a cruz e a morte. Fez-Se homem para que, neste contexto da verdade sobre a vontade humana e sobre um coração humano, surgisse toda a grandeza do amor que se exprime na dádiva de si e no sacrifício: «Porque Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho único» (Jo 3,16). Quando Cristo ora, o amor eterno deve confirmar-se através da oferenda do coração humano. E confirma-se de facto: o Filho não recusa ao seu coração tornar-se o altar, o local da elevação, antes de se tornar o local da cruz. A oração é, por conseguinte, o encontro entre a vontade humana e a vontade de Deus. O seu fruto privilegiado é a obediência do Filho ao Pai: «Seja feita a tua vontade». Porém, a obediência não significa renúncia à nossa vontade, mas antes uma verdadeira abertura do olhar espiritual e do ouvido espiritual a este amor que é o próprio Deus. E Deus é este amor (cf 1Jo 4,16), Ele que amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho único. Eis então o homem, eis Jesus Cristo, o Filho de Deus, que, após a sua oração em Getsémani, torna a erguer-Se, fortalecido por essa obediência através da qual Se uniu a este amor, a esta dádiva do Pai ao mundo e a todos os homens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário