Germano nasceu em Appoigny, 10 km ao norte de Auxerre, no ano 378, numa família de nobres gauleses, na atual França. Recebeu boa educação em Auxerre ou Autun, estudou Direito em Roma e tornou-se um renomado advogado. Casou-se com Estáquia, tida como uma mulher de alto padrão social, notável por sua riqueza e boa formação moral. O então imperador, Flávio Honório, enviou-o de volta para a Gália, onde foi nomeado duque e governador (oficial imperial) de várias províncias. Tornou-se clérigo e teve como discípulo São Patrício, pregador e futuro primeiro bispo da Irlanda, que permaneceu em Auxerre por muitos anos, talvez 18 anos.
Em 418, Germano foi nomeado bispo de Auxerre. Ao tornar-se bispo, fundou o mosteiro de São Cosme e São Damião, em frente a Auxerre, na margem direita do rio Yonne.
Em sínodo celebrado na Gália em 429, Germano foi designado a lutar contra o pelagianismo, especialmente na Bretanha, para onde ele empreendeu duas viagens com 16 anos de intervalo (430 e 448).
Foi durante sua primeira viagem à Bretanha, acompanhado por São Lupo, bispo de Troyes, que conheceu uma menininha de dez anos que ele dedicou a Deus e que se tornaria Santa Genoveva. Dezessete anos depois, ele a veria novamente, na Lutécia, em sua segunda viagem à Inglaterra. “Como Germano, ela havia escolhido a Igreja e o Império”. Este cálculo político a levou a apoiar os pagãos francos, para promover sua expansão e incentivara a conversão deles ao cristianismo. Este foi o triunfo póstumo Germano: Santa Genoveva, sua filha espiritual, permitiu a construção de um reino romano cristão, que deu origem à França.
Na segunda viagem foi acompanhado por São Severo, 14º Bispo de Trèves e discípulo de Santo Hilário, Arcebispo de Arles. Conta-se que, nesta segunda expedição, Germano ajudou os britânicos a vencer ataques dos invasores com o grito de guerra “Aleluia”. Os relatos sobre esta visita são fontes importantes de informação sobre a Britânia pós-romana. Para evitar uma incursão punitiva de Flávio Aécio na Armórica (Bretanha), cujos habitantes haviam se rebelado, Germano viajou em 447 para Ravena, então sede imperial, para encontrar-se com Gala Plácida e seu filho Valentiniano. Germano conseguiu assim obter o perdão aos habitantes da Armórica.
Morreu durante esta viagem, em Ravena, na Itália, no dia 31 de Julho de 448.
A principal fonte sobre sua vida é a hagiografia escrita por um aluno seu, Constâncio de Lyon, em 480: “De Vita sancti Germani”.
É o santo padroeiro de Auxerre e é venerado em várias localidades na França e Grã-Bretanha. Em sua terra natal, a Abadia de São Germano de Auxerre guarda sua tumba. Em Paris, a Igreja de São Germano de Auxerre, localizada em frente ao Louvre, também é dedicada a ele.
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