Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. O homem que o encontrou tornou a escondê-lo e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo.
O Reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas.
Ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1904-1964)
Missionária das pessoas da rua
A pobreza daquele que vem
Um tesouro libertado
É incrível o número de coisas que nos impedem de ser ágeis,
de ser leves.
Não nos apercebemos disso, mas
se de um dia para o outro ficássemos desapossados,
encontrar-nos-íamos espontaneamente a conviver com uma série de pessoas que parecem viver nos confins do mundo.
Quem quiser estar à vontade com esses irmãos díspares
de que o mundo está povoado,
tem de ter uma indiferença real por tudo o que não é
essa fé nua e essencial,
que o faz perder a memória e os gostos,
e a sua própria originalidade.
A fé que nos torna banais,
com essa grande banalidade que todos os santos aceitaram,
e que os levou até aos confins do mundo.
Porque o preço da pobreza é exorbitante.
Ela compra-se com o sacrifício de tudo o que não é
o Reino dos Céus.
Então, tudo o que interessa aos outros nos parecerá interessante,
heroísmos que não nos atraem parecer-nos-ão virtuosos,
e seremos fraternais com pessoas que nunca se assemelharam a nós.
Então, aqueles com quem nos cruzarmos
estenderão as mãos com avidez para um tesouro que brotará de nós;
um tesouro libertado dos nossos vasos de barro,
dos nossos cestos coloridos, dos nossos baús, da nossa bagagem,
um tesouro simplesmente divino, que estará na moda para todos,
porque já não estará vestido à nossa moda.
Então, seremos ágeis, tendo-nos tornado, também nós,
parábolas,
a parábola dessa pérola única,
pequenina, redonda e preciosa,
pela qual tudo foi vendido.
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