A Ascensão de Jesus não marca um fim ou uma virada de página. Ele continua vivo e presente, pois estamos unidos a Ele. Ele é a cabeça que atrai o seu corpo para o Pai, vivificando-o por meio de seu Espírito. A Ascensão coloca-o no centro de nossa vida e de nossa história. “Ele é o Pantocrator (Senhor de todas as coisas), é a pedra angular que fora rejeitada pelos construtores. Ele é elevado até junto do Pai, com o qual se torna, na sua humanidade vivificante, fonte do rio da vida” (J.Corbon). Na Ascensão, Cristo não desaparece, mas, pelo contrário, começa a mostrar-se e a vir. Por isso os Anjos dizem: “Ele vai voltar do mesmo modo como vistes partir para o Céu” (At 1,11). Ele está sempre vindo. Ele levou os cativos, que somos nós, para o mundo novo da sua Ressurreição, e derrama sobre os homens o “seus dons”, o seu Espírito (Ef. 4,7-10). Sua Ascensão é um movimento progressivo. Sua ascensão é para que cheguemos ao estado de homem perfeito, à medida de Cristo na sua plenitude (Ef. 4,13). O movimento da Ascensão só ficará completo quando todos os membros do seu corpo estiverem sido atraídos para o Pai e vivificados pelo Espírito. Ela é a energia pascal do Cristo que enche o universo (Ef. 4,10). A liturgia é o momento de sua vinda. Nos encontramos tudo isso na liturgia que é feita em união com a liturgia celeste. Ele é sumo-sacerdote que continua a presidir no templo da glória. Em Jesus há uma volta ao Pai em cada liturgia celebrada. Celebramos a alegria do Pai ao ver o regresso do Filho amado da parábola. Ele não volta só, mas volta na carne, trazendo os filhos de adoção. “Eis-me aqui com os filhos que Deus me deu” (Hb 2,13). Cada filho tem a face do Filho amado. O Pai se faz acolhimento de todos os filhos. Partilhamos da liturgia eterna.
Riqueza da Glória
A liturgia da Ascensão leva-nos a conhecer a Cristo para que saibamos a esperança que seu chamado nos dá, descobre-nos as riquezas da glória que está na herança dos santos e o imenso poder que exerceu em favor dos que crêem. Essa riqueza não é algo a buscar no futuro, mas a viver no presente, na sagrada liturgia na qual estamos com Ele, o Sumo Sacerdote, glorificando o Pai. Houvera dia em que pudéssemos celebrar com intensidade, não apegados a ritos, mas ao mistério que nos é revelado em cada celebração. Cada uma abre-nos as portas do Céu, no qual entramos com Cristo glorificado. Com o Espírito que nos é dado, podemos nos alegrar com o Pai que vê seu Filho voltando com os filhos que adotou.
Por que estais parados?
Recebemos uma missão: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15). Se por um lado estamos com Ele na glória, por outro lado estamos na história da qual é o condutor, pois é o Senhor da História. Por mais que sejamos desconhecidos, Ele conduz o universo e nos deixou com a missão de, com Ele, “colocar todos os seus inimigos debaixo de seus pés” (ICor 15,26). O inimigo é toda espécie de mal. O anúncio do Evangelho retirará do mundo o poder do mal e o conduzirá a criar, já aqui na terra, “um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1), com dores, mas com a esperança da glória.
Leituras: At 1,1-11; Salmo 46;
Efésios 1,17-23; Marcos 16,15-20
1. A Ascensão de Jesus não marca um fim. Ele continua vivo e presente, pois estamos unidos a Ele. Ele é a cabeça que atrai o corpo para o Pai, vivificando com seu Espírito. Ele é a fonte da vida. Ele vem sempre. Ele levou os cativos (nós) para o novo mundo da sua Ressurreição e derrama sobre nós seu Espírito. Sua Ascensão é para que cheguemos ao homem perfeito. O movimento da Ascensão será completo quando todos tivermos sido atraídos pelo Pai. A liturgia é o momento de sua vinda. Ele a preside. Celebramos a alegria do Pai que vê a volta do Filho com os filhos adotivos.
2. A liturgia da Ascensão leva-nos a conhecer a Cristo para que saibamos a esperança a que seu chamado nos dá e a riqueza da glória que está na herança dos santos, como também o poder que tem em favor dos que crêem. Esta riqueza encontra-se na liturgia. Com o Espírito podemos nos alegrar com o Pai que vê seu Filho voltando com os filhos que adotou.
3. Recebemos a missão de ir pelo mundo anunciando o Evangelho a toda criatura. Estamos na glória, mas continuamos na história da qual é o condutor. Com vencemos o inimigo e criamos um novo céu e uma nova terra.
Com um pé no Céu
Garantido: Já estamos com um pé no Céu. Somos um só Corpo com Jesus, por isso temos uma parte nossa no Céu. Ele, ao deixar o mundo, no dia da Ascensão, “não subiu aos céus para afastar-se de nossa humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à gloria da imortalidade”.
Os dois Anjos dizem aos discípulos: Por que olham para o alto? Agora é a vez de fazer o que Ele fazia. É a hora de nossa missão. Não estamos sozinhos. Temos o Espírito Santo.
Paulo nos anima a conhecer tudo o que Deus nos reserva aos que nele crêem.
Homilia Solenidade da Ascensão do Senhor(24.05.2009)
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