PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+) AO LADO: PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO(+) AMBOS SACERDOTES REDENTORISTAS NA PAZ DO SENHOR |
A espiritualidade que se edifica a partir da comunidade bebe de uma fonte muito pura que é o serviço fraterno, como Jesus o fez, lavando os pés dos discípulos. A vida de comunidade só tem sentido se cada um se coloca a serviço do outro. É uma vantagem: Eu sou um que serve, servido por tantos outros que também servem. É por isso que Jesus diz que, “quem se humilha será exaltado” (Lc 14,11); E também: “O maior dentre vós torne-se o mais jovem, e o que governa como aquele que serve” (Lc 22,26). Como em um corpo, cada membro não tem razão de existir só para si, assim também no Corpo de Cristo, cada um existe no serviço aos outros. A Cabeça desse corpo, Jesus, colocou sua vida como serviço: “Eu estou entre vós como aquele que serve” (Lc 22,27). O Serviço de Cristo é integral: “Vim para que tenham vida e a tenham em abundância” – “o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas” (Jo 10,10.11). Ele prestou seu serviço doando-se. Não há serviços no Corpo de Cristo que não envolvam todo o ser. O serviço de Cristo é o modelo de serviço de cada um na comunidade: “Amai-vos como eu vos amei” (13,34); Se há uma intenção interior, existe uma atitude exterior. “Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos” (1Cor 12,7). O dom maior é o amor, que penetrará todas as atividades dos membros do Corpo de Cristo. O amor de serviço é a energia que une todos os membros. O Espírito transforma nosso ser para o outro em um ser para Deus.
Co-responsabilidade espiritual
O serviço vai além das atividades externas, mesmo feitas com todo o amor de Deus. Existe uma necessidade importante na vida desse corpo, dessa comunidade: a co-responsabilidade espiritual. Significa que eu sou responsável pela salvação dos outros. Daí nasce o empenho de anúncio da Palavra de Deus para que, crendo, tenham a vida eterna. Também somos responsáveis pelo bem espiritual de cada um que nos cerca. Criaremos assim um ambiente sadio onde estamos. Criaremos oportunidades de vida espiritual para as pessoas, usando métodos e caminhos espirituais. Uma comunidade que reza é uma comunidade de corpo sadio. Vamos além: poderemos criar a amizade espiritual na qual co-dividiremos nossas escolhas espirituais e trabalharemos juntos para a superação dos obstáculos e falhas que existirem. Eu sou responsável não só em trabalhar contra o mal, mas sobretudo e, mais ainda, em favor do bem e da vida divina em cada um. O Corpo de Cristo precisa de saúde espiritual e esta virá da saúde espiritual de cada membro.
Conversão na comunidade
Os fiéis, unidos a Cristo como em um corpo, padecem de sofrimentos e fragilidades. Cristo, ao assumir nossa natureza, sofreu as fraquezas de que ela padece, como se narra na carta aos Hebreus: “Não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado” (Hb 4,15). Esses sofrimentos espirituais e corporais refletem em todo o Corpo de Cristo, a comunidade. O maior sofrimento é o pecado. Para esse a conversão é um remédio eficaz. À medida que nos convertemos de nossos pecados e curamos nossas fragilidades, trazemos à comunidade mais vida e maior vitalidade. A Igreja dispõe de muitos meios para se realizar essa conversão: o sacramento da penitência, a fuga do mal, as abnegações e renúncias que fazemos para que o bem habite em nós. Com toda a Igreja, Corpo de Cristo, nós nos alegramos por vê-la sempre mais purificada, sem rugas e manchas (Ef 5,27). Somos parte de um corpo que quer vida e vida abundante.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM AGOSTO DE 2007
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