sexta-feira, 2 de setembro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Cristo em seus santos”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Espiritualidade na devoção aos santos
 
Na caminhada espiritual, descobrimos tanta riqueza que são sabemos por onde começar. Começando por um aspecto, chegamos a todos. Celebrando o ano litúrgico, como caminho de santidade, temos também os santos. Interessa-nos, agora, conhecer mais esse aspecto nossa espiritualidade tendo diante de nós tantas pessoas que nos são apresentadas exemplo para nossa vida, a comunhão que nos une e a intercessão que nos ajuda (Prefácio da missa dos santos). O culto dos santos começou cedo na igreja. Já encontramos no Antigo Testamento a memória dos patriarcas, profetas, homens e mulheres fortes do povo de Deus. Para isso se leia o capítulo 11 da carta aos Hebreus que mostra a fé dos antigos, como por exemplo, Abraão, Moisés etc... No N. Testamento Paulo chama os fiéis de santos (Rm 1,7). Estevão é o primeiro mártir. Os mártires eram lembrados no dia de seu martírio, como dia de seu nascimento. No séc. II temos a carta sobre o martírio de Policarpo na qual se diz que se reúnem no dia de sua morte, junto a sua sepultura, onde tinham guardado suas relíquias, como pérolas preciosas, para lembrarem sua memória e animarem-se na fé. Os calendários antiqüíssimos trazem a lista das celebrações dos mártires. No séc. IV já encontramos homilias sobre esses mártires. Depois dos mártires aparecem aqueles que viveram o evangelho de modo radical virgens, monges e bispos. Os fiéis é que faziam os santos. Do séc. X em diante já surge a legislação sobre as canonizações. Em 993, o Papa João XV canoniza o primeiro santo: S. Ulrico, bispo, morto em 973. A vida desses homens e mulheres torna-se uma oportunidade de reflexão sobre nossa espiritualidade. 
Comunhão dos santos 
Celebrando a liturgia, nós nos deparamos com nomes pessoas antigas e novas apresentados pela Igreja com o título de santos. Santo é Deus. Nós participamos de sua santidade. A santidade que a Igreja comemora no ano litúrgico é a mesma de Cristo e da Igreja. Os santos foram pessoas normais, que viveram com normalidade o evangelho. A diferença está em que assumiram o Evangelho como fundamento da vida. Certamente que alguns não são o modo normal das pessoas. Quem é normal? Os que seguem Jesus com radicalidade ou os que fazem uma vida longe do Evangelho? A diferença pode estar no tipo próprio de cada um assumir a vida cristã. Os santos estão unidos a Cristo e, fazem assim, parte da Igreja, Corpo de Cristo. Continuam unidos a nós, tanto que rezamos “creio na comunhão dos santos”. Comunhão é a união de todos em Cristo. Podemos rezar aos santos porque eles são nossos irmãos e vivem conosco a mesma fé. Como o amor é a energia que nos une, eles rezam por nós. Por isso podemos rezar a eles e pedir-lhes a intercessão junto de Deus. É a caridade que os move.
Experiência da devoção aos santos 
A espiritualidade que busca nos santos um caminho, tem algo muito interessante: celebrando suas festas nós participamos de sua alegria e glória junto de Deus. Fazendo memória de Cristo em seu mistério de redenção, nós vivemos esse mistério. E como os santos estão também em Cristo, temos sua presença em nossa celebração. As imagens são simples lembranças, mas a oração traz a presença. Essa presença nos une a eles em Cristo. Assim participamos de sua vida em Deus, na glória do Céu. Podemos receber a mesma alegria que eles tem junto de Deus. Podemos perceber isso, quando, fazendo uma festa ou uma oração, sentimos em nós algo diferente. Esse algo diferente, como uma alegria maior, uma satisfação interior expressiva, são a prova dessa participação “de algo diferente”.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM JUNHO DE 2007

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