Evangelho segundo São Lucas 8,1-3.
Naquele tempo, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a boa nova do Reino de Deus. Acompanhavam-no os Doze,
bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios,
Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus e os discípulos com os seus bens.
Tradução litúrgica da Bíblia
Mulieris Dignitatem, §
16 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
«Acompanhavam-no os Doze,
bem como algumas mulheres»
Desde o início da missão de Cristo, a mulher demonstra para com Ele e para com o seu ministério uma sensibilidade especial, que corresponde a uma característica da sua feminilidade. Convém referir igualmente que tal é particularmente confirmado face ao mistério pascal, não só no momento da cruz, mas também na manhã da ressurreição: as mulheres são as primeiras junto à sepultura; são as primeiras a encontrá-la vazia; são as primeiras a ouvir: «Não está aqui, ressuscitou como tinha dito» (Mt 28,6); são as primeiras a abraçar-Lhe os pés (cf Mt 28,9); são também as primeiras a ser chamadas a anunciar esta verdade aos apóstolos (cf Mt 28,1-10; Lc 24,8-11).
O evangelho de João (cf também Mc 16,9) coloca em destaque a função particular de Maria Madalena, a primeira a ver Cristo ressuscitado. Por isso, é conhecida também como a «apóstola dos apóstolos». Maria Madalena foi testemunha ocular do Cristo ressuscitado antes dos apóstolos e, por essa razão, foi também a primeira a dar testemunho diante dos apóstolos.
Este acontecimento coroa, em certo sentido, tudo quanto foi precedentemente dito sobre o facto de Cristo confiar as verdades divinas às mulheres, em pé de igualdade com os homens. Pode-se dizer que assim se cumpriram as palavras do profeta: «Derramarei o meu Espírito sobre todo o homem e tornar-se-ão profetas os vossos filhos e as vossas filhas» (Jl 3,1). Cinquenta dias depois da ressurreição de Cristo, estas palavras são novamente confirmadas no cenáculo de Jerusalém, durante a vinda do Espírito Santo Paráclito (cf At 2,17). Tudo o que se disse até aqui sobre o comportamento de Cristo em relação às mulheres confirma e esclarece, no Espírito Santo, a verdade sobre a igualdade dos dois, homem e mulher.
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