sábado, 16 de julho de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Formando o Sacerdócio do povo de Deus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Batizados em Cristo Jesus
 
Jesus, ao subir ao Céu no dia da Ascensão, disse aos discípulos: “Ide por tudo mundo, fazei discípulos meus todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinado-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28,19-20). Cada batizado é inserido na Santíssima Trindade através do sacramento que nos mergulha (batiza) no Ser Divino. Nós nos tornamos filhos de Deus porque irmãos de Jesus. “Pois todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3,26); “Ele nos predestinou para sermos filhos adotivos por Jesus Cristo” (Ef 1,5). Essa adoção por Deus Pai nos faz irmãos como explica a carta aos Hebreus: “tanto que não se envergonha de os chamara irmãos” (Hb 2,11). A adoção de filhos acontece em sua encarnação e de modo especial em sua morte e ressurreição. Pelo batismo somos enterrados com Cristo e com Ele ressuscitamos. “Se com Ele morremos, com Ele viveremos” (2Tm 2,11). Cristo em sua morte e ressurreição, fazendo ao Pai um sacrifício total de sua vontade e seu corpo, prestou o culto total a Deus seu Pai. Foi o ato total de culto. Daí nasce a Eucaristia que torna presente o Mistério Pascal de Cristo. O Batismo nos une a Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo. É um serviço sacerdotal. É a esse sacerdote que estamos unidos. Somos povo sacerdotal por sermos batizados. Esse nosso sacerdócio se estende por toda nossa vida e todas nossas atividades. Cristo nos uniu a si em seu sacerdócio. Nossa vida cristã é sacerdotal por estar unida a Cristo. Ser povo sacerdotal é categoria fundamental. 
Crismados para o culto divino 
O sacramento da Crisma segue o Batismo. Atualmente se insiste em dar ao jovem a Crisma depois da primeira comunhão, levando em conta a maturidade para assumir a fé e o apostolado. Bonito, mas rompeu a unidade do sacramento da iniciação cristã. Na realidade, a unção da Crisma seria a qualificação do cristão para prestar culto a Deus. Um dos textos da tradição desse sacramento nos diz de ungidos para servir. Servir, na liturgia, tem sentido de culto realizado pelos batizados que, saindo das águas, recebem o dom do Espírito para servir. Não é o sacerdócio ministerial dos bispos, padres e diáconos, mas de todo o povo que presidido pelo Cristo Sacerdote na pessoa do ministro presta culto ao Pai. Esse culto continua na vida cotidiana porque o cristão continua unido a Cristo em seu permanente amor e reverência ao Pai. O sacramento da Crisma vai além da maturidade ou apostolado. É fundamento do culto cristão onde se exerce o sacerdócio de todo o povo de Deus. O Espírito é dom para o serviço. 
Eucaristia de missão 
O cristão participa da Eucaristia na qual, por meio de sinais sensíveis, pão e vinho, une-se totalmente ao Cristo na sua oferta ao Pai. Essa união tem a finalidade de prestar o culto pleno ao Pai “por Cristo, com Cristo e em Cristo na unidade do Espírito Santo”. Esse culto continua na vida, no altar da terra, e no sacrário dos corações. Todo batizado, crismado, se assume torna-se Eucaristia, levando Cristo a ser o ponto de convergência de todo universo. Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim. O cristão age no meio de campo para que “Cristo seja tudo em tudo em todos” (Cl 3,11). Todo o universo caminha para Ele. Deste modo, o povo de Deus deve estar atento a essa missão de prestar culto no mundo criado por Deus. Esse sacerdócio é caminho de santidade.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM JANEIRO DE 2007

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