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| PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+) SACERDOTE REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR |
A festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, não nos distancia do fato maravilhoso da encarnação do Filho de Deus em nossa humanidade. A reflexão sobre a família de Jesus nos ensina mais sobre Jesus de Nazaré, nascido em Belém, filho de Davi, filho de nossa raça. É forte, neste evangelho, o tratamento da perda de Jesus no templo. Não se trata de um garoto perdido, esquecido ou aventureiro, mas da grande lição: quem é Ele? A história é simples: Foram à festa, cumpriram os deveres de todo adulto judeu e, ao voltar, dão pela falta do garoto. Retornam e depois de 3 dias o encontram entres os doutores. “Os senhores não sabiam que devo estar na casa do meu Pai? Desceu para Nazaré e era-lhes obediente. E Menino crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens” (Lc 2,49.52). Nessa história meio estranha, há uma revelação sobre a pessoa de Jesus. Ele não é mais um garoto, mas um judeu adulto. Já tem 12 anos, deve ir 3 vezes a Jerusalém para as festas, já declarado capaz de ler a Palavra e compor a assembléia. É um membro a título pleno do povo de Deus. Esse homem cresce como todo homem, “em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens”. Ele está no templo aprendendo dos mestres. Mas Ele é diferente. Está buscando sempre estar na casa do Pai, fazendo-Lhe a vontade. Jesus não foi grosseiro com seus pais. Ele os leva a entender seu destino maior. Um dia Ele desaparecerá 3 dias em sua morte. Mas voltará com o templo novo de seu corpo, como Mestre e Senhor. Jesus já está a indicar a direção de sua vida. Ele esteve em contínuo retorno ao Pai. Maria é o arquivo vivo que guarda tudo no coração. Depois o abrirá aos discípulos para que compreendam Jesus na Sua dimensão de Homem-Deus. Diz o texto: “E lhes era submisso”. Ensina também a viver o evangelho do respeito familiar.
Flores de um jardim
A festa da Sagrada Família Jesus é um ensinamento para nossa vida: A oração da missa reza: “Concedei-nos imitar em nossos lares suas virtudes, para que unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias de vossa casa”. Nossas famílias deveriam imitar essa Santa Família. Podemos perguntar: ‘Se Jesus tivesse sido confiado a minha família, como seria nossa vida familiar?’ Paulo aos colossenses coloca as flores deste jardim de virtudes: sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão, paciência, perdoando, amando uns aos outros, tendo paz. Vivam a Palavra, ensinem e admoestem-se uns aos outros, cantem a Deus, façam ações de graças. Façam tudo em Jesus Cristo. O amor seja feito de respeito um pelo outro, de amor, diálogo e obediência. O salmo canta; “Feliz és tu que temes o Senhor e andas em seus caminhos... assim é abençoado o homem que teme o Senhor”. Ponha Jesus em sua casa e verá como criar o Filho de Deus.
Honrarás teu pai e tua mãe
A liturgia da Sagrada Família é um tecido bonito que quer colocar um programa de vida. Quer criar a família de Deus. Como ser família? Há profunda relação entre ser família natural e ser família de Deus. Jesus em Jerusalém mostra aos pais seu programa de vida, mas dá-nos seu exemplo em Nazaré: “E o Menino era-lhes obediente” (Lc 2,51). O mandamento de amar os pais é o único que tem promessas: alcança o perdão dos pecados, tem a oração ouvida, ajunta tesouros, promete vida longa. Deus insiste: Cuida bem deles, mesmo quando perderem a saúde mental. A caridade feita ao pai não será esquecida, servirá para reparar os pecados e ter as glórias dos Céus. Vale a pena!
Leituras: Eclesiástico, 3-7.19-17ª; Salmo 127;
Colossenses 3,12-21; Lucas 24,1-32
1. A festa da Sagrada Família é um ensinamento sobre Jesus. A perda de Jesus no templo não é uma historinha. Trata de levar a um conhecimento da pessoa do Homem Deus, nascido no Natal. Jesus, como todo judeu, aos 12 anos é considerado adulto e deve cumprir os deveres para com Deus em Jerusalém. Ali ficando, é procurado pelos pais que O encontram entre os doutores. Ele aprende. À Mãe responde que deve estar na casa do Pai. Essa é sua preocupação constante na vida. Por outro lado traz a dimensão humana de quem aprende e voltando a Nazaré cresce como todo homem. E como família, era submisso.
2. A leitura de Paulo aos colossenses dá-nos as virtudes da vida de família. Podemos até nos perguntar: Se Jesus tivesse sido confiado a nós, como seria nossa vida de família com Ele? Assim podemos ser uma família boa, pois Ele está em nossa casa. É possível viver feliz no lar. Basta criar Jesus em nosso meio.
3. A Família de Nazaré estimula toda a comunidade ao profundo respeito pelos pais e o cuidado com eles, sobretudo, quando estão debilitados e até mentalmente. O mandamento de honrar os pais é o único mandamento que tem promessas de ter ouvida a oração e serem perdoados os pecados.
Colcha de retalhos
Naquele puxão de orelha que Jesus levou, Ele ensinou a estar sempre na casa do Pai. Não se trata de ficar fechado na Igreja, mas fazer de nossa vida de família uma Igreja onde, cada um diferente do outro possa compor uma bela colcha de retalhos. Diferentes, mas juntos, dando calor. O amor de Deus em nossos corações nos faz família.
Homilia da Sagrada Família
EM DEZEMBRO DE 2006
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