segunda-feira, 18 de julho de 2022

18 De Julho: São (Abba) Pambo, Eremita No Egito (374)

São Pambo foi um dos fundadores do conjunto de monastérios do deserto de Nitria, no Egito. Em sua juventude, foi discípulo de Santo Antônio, o Grande, companheiro dos grandes padres, Santo Isidoro e os dois Makarios, instrutor de Dióscoro e Anion, Eusébio e Eutímio, os «irmãos altos» que foram perseguidos por apoiarem o origenismo. Quando o perseguidor dos «irmãos altos», Teófilo de Alexandria, reprovou Pambo por ele não ter informado o arcebispo sobre os fatos, respondeu ironicamente: «Se não és capaz de interpretar o meu silêncio, tampouco entenderias o que dissesse com minhas palavras.» Pambo, como os demais monges de Tebaida, dedicava-se a tecer esteiras com folhas de palmeira, praticava prolongados jejuns e outras severas mortificações, consagrando-se exclusivamente à oração durante longos períodos de tempo. Era de aparência tão majestosa que ninguém fixava o olhar nos trapos com os quais se vestia, e que eram recolhidos do que era descartado pelos demais. Destacava-se, particularmente, pelo domínio que tinha da língua e que se manifestava tanto no silêncio como no falar. Como sempre ponderava muito antes de pronunciar qualquer palavra, o que dizia soava às vezes, a quem não o conhecesse, um tanto indelicado. Tendo seu mestre iniciado sua primeira lição com o Salmo 38, que diz «Velarei sobre os meus atos, para não mais pecar com a língua», disse Pambo a seu mestre: «Isso é o que eu vou começar a fazer a partir de hoje», e se retirou para meditar, passando a se dedicar ao exercício constante do domínio da língua. Tendo meditado sobre todas as conseqüências deste texto, voltou para a segunda lição… seis meses depois! O mundo tende a considerar como sábio os que falam pouco por este simples fato. O silêncio, porém, não pode ter por causa a falta de idéias, mas a abundância delas e a força de vontade. Em qualquer caso, os que o procuravam para com ele se aconselhar, não voltavam decepcionados. De sua boca brotavam sábios conselhos e, alguns de seus «ditos» se tornaram famosos. No ano 374, Rufino foi visitá-lo; Santa Melânia, a Grande, viúva romana que fundou um monastério em Jerusalém, o visitou também, mais tarde. Em sua primeira visita, Santa Melânia presenteou São Pambo com trezentas libras de prata que o Santo aceitou para doá-las depois aos monastérios carentes, sem pronunciar uma única palavra de agradecimento. Melânia lembrou discretamente: «Não esqueça as trezentas libras». Pambo Replicou: «Aquele para quem deste este presente não necessita que digas o valor de vosso dinheiro» Numa outra ocasião, como um visitante lhe pedisse para contar um dinheiro que lhe haviam enviado para os pobres, Pambo respondeu: «A Deus não importa ‘quanto’, mas ‘como’». Diferentemente de tantos outros monges e ascetas, São Pambo não tinha uma mentalidade limitada. Em certa ocasião, Pambo encontro dois monges que discutiam sobre qual de dois homens era o melhor: o que havia gasto sua fortuna para se tornar monge, ou outro que gastou sua fortuna fazendo o bem aos pobres. E Pambo disse: «Diante de Deus, os dois são perfeitos». Ainda numa outra oportunidade, dois visitantes lhe descreveram com detalhes as austeridades que praticavam e a caridade (esmolas) que haviam feito. Perguntaram a Pambo se com isso salvariam suas almas, e o santo respondeu: «Eu faço o mesmo que vocês e, nem por isso, sou um bom monge. Tratai de não ofender jamais ao vosso próximo, e assim vos salvareis». A morte surpreendeu São Pambo quando este tecia um cesto para o seu discípulo Paládio. «Desde que cheguei ao deserto, jamais comi nada que não tivesse ganhado com o trabalho de minhas mãos, e não me lembro de ter dito nada tenha me arrependido depois. E, no entanto, tenho a impressão de que Deus me chama para Si quando ainda não comecei a servi-Lo realmente». Santa Melânia, que esteve presente à sua morte cuidou de seus funerais recolhendo, como uma preciosa relíquia, o cesto que ainda estava por acabar. 
Tradução e publicação neste site com permissão de: 
Trad.: pe. André

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