Evangelho segundo São João 16,12-15.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora.
Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.
Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vos há de anunciá-lo.
Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vos há de anunciá-lo».
Tradução litúrgica da Bíblia
(949-1022), monge grego
Hino 21
«Tudo o que o Pai tem é Meu»
Tu brilhaste, manifestando como luz de glória
a luz inacessível da tua essência, Salvador,
e iluminaste esta alma mergulhada nas trevas.
Alumiados pela luz do Espírito,
os homens olham o Filho, veem o Pai
e adoram a Trindade das Pessoas, o Deus único.
Porque o Senhor [Cristo] é o Espírito (cf 2Cor 3,17),
Espírito é também Deus, o Pai do Senhor,
Verdadeiramente um só Espírito, pois é indiviso.
Aquele que O possui, possui em verdade os três,
mas distintamente cada um.
O Pai existe e não é Filho,
pois é ingerado por essência.
O Filho não Se pode tornar Espírito,
o Espírito é Espírito não pode ser Pai.
O Pai é Pai, porque gera incessantemente.
O Filho é Filho porque incessantemente é gerado
e foi gerado antes de todos os tempos.
Surgiu sem ser cortado da sua raiz,
mas está simultaneamente à parte sem estar separado
e inteiro e uno com o Pai vivo.
Ele próprio é vida e a todos dá a vida (cf Jo 14,6; 10,28).
Tudo o que o Pai tem, tem o Filho.
Tudo o que o Filho tem, tem o Pai.
Quando vejo o Filho, vejo o Pai.
O Pai é semelhante em tudo ao Filho,
salvo que um gera e o outro é incessantemente gerado.
Como surge do Pai o Filho? Como a palavra sai do espírito.
Como Se separa dele? Como a voz se separar da palavra.
Como toma corpo? Como a palavra se escreve.
Nomes, ações, expressões,
tudo surgiu no mundo por ordem de Deus
Porque Ele deu nome às suas obras
e a cada realidade a designação devida.
Mas, quanto ao seu próprio nome, jamais O conhecemos,
chamamos-Lhe «Deus inexprimível», como dizem as Escrituras (cf Gn 32,30).
Se Ele é inexprimível, se não tem nome,
se é invisível, se é misterioso,
se é inacessível, único acima de toda a palavra,
acima de todo o pensamento, não apenas dos homens,
mas também dos anjos,
«fez das trevas o seu véu» (Sl 17,12).
Tudo o mais aqui na Terra pertence às trevas;
só Ele, como luz, está fora das trevas.
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