quinta-feira, 16 de junho de 2022

BEATO HENRIQUE KRZYZTOFIK

 Nasceu no dia 22 de Março de 1908 em Zachorzew. Filho de José e de Francisca Franaszcyk. Foi batizado ma paróquia de Slawno (diocese de Sandormiez – Polónia), no dia 9 de Abril de 1908. Puseram-lhe o nome de José.Terminada a escola primária em 1925, apresentou-se no Colégio de São Fiel dos Capuchinhos de Lomza. Entrou na Ordem dos Capuchinhos no Comissariado de Varsóvia. No dia 14 de Agosto de 1927 entrou no Convento de Nowe Miasto, onde recebeu o hábito Capuchinho, mudado o seu nome para Henrique (Henryk). Um ano depois, no dia 15 de Agosto de 1928, fez a sua profissão simples. Imediatamente foi enviado para a Holanda, para o Convento capuchinho de Breust-Eysden, Província de Paris. Aqui faz a sua profissão perpétua no dia 15 de Agosto de 1931, e no dia 30 de Julho de 1933 foi ordenado sacerdote. Por determinação dos Superiores, continuou os seus estudos na Faculdade de Teologia da Universidade Gregoriana, residindo no colégio Internacional de São Lourenço, dos Capuchinhos. Em 1935 obteve a Licenciatura em Teologia.

Regressando à Polônia foi destinado ao Convento de Lublín, onde foi professor de teologia dogmática no Seminário dos Capuchinhos. Pouco depois, foi designado Reitor do Seminário e Vigário do Convento. Na igreja do Convento pregou com grande entusiasmo espiritual e fervor interior. A Segunda Guerra Mundial, iniciada no dia 1 de Setembro de 1939, surpreendeu-o no cumprimento desta missão.
O Guardião do Convento de Lublin, Fr. Jesualdo Wilem de Holanda (naquele tempo, os Capuchinhos polacos eram ajudados por Capuchinhos provenientes da Holanda), foi obrigado a renunciar ao serviço de guardião e deixar a paróquia. Fr. Henrique é, então, nomeado guardião do Convento. Nesta condição e ao mesmo tempo Reitor do seminário, encontra-se em situação deveras complicada. Por causa da Guerra, as aulas no ano acadêmico de 1939-1940 começaram muito atrasadas. O clima era extremamente tenso. As tropas alemãs atacavam ferozmente e as detenções continuavam sem interrupção. Neste clima desfavorável, Fr. Henrique tratou de tranquilizar os seminaristas.
No dia 23 de Janeiro de 1940, a Gestapo prendeu 23 Capuchinhos do Convento de Lublín, entre os quais estava o seu guardião, Fr. Henrique. O primeiro lugar de reclusão foi o Castelo de Lublín, à espera de um lugar na prisão.
Henrique disse: “Irmãos, enquanto temos lucidez mental façamos este bom propósito: qualquer coisa que aconteça, cada um de nós será uma oferenda propiciatória a Deus”. Durante todo o tempo que passou na prisão esteve atento a todos. Pela manhã celebrava a Eucaristia.
No dia 8 de Junho de 1940 foi transferido, juntamente com os outros irmãos, para o campo de concentração de Sachenhausen, perto de Berlim. Ali, “em condições muito precárias, não se esquecia de nenhum de nós”, - escreve um daqueles que partilhou o seu destino no campo de concentração, Fr. Ambrósio Jastrzebski. Quando no Outono de 1940 recebeu um donativo, comprou dois pães, partiu-os em 25 porções – era o número dos Capuchinhos – e disse: “Irmãos, recebamos os dons do Senhor, sirvamo-lo como Ele merece”. O já citado Fr. Ambrósio define assim o gesto do irmão: “Um gesto nobre, que só pode ser apreciado por quem esteve no campo de concentração; e quanta abnegação, diremos heroísmo, se requer para distribuir o pão quando se está com fome”.
No dia 14 de Setembro de 1940, Henrique, juntamente com os restantes irmãos, foi transferido para o campo de concentração de Dachau, onde recebeu o número 22 637. Apesar da dureza da vida no campo, não poupou esforços para ajudar os outros. Tal como estava, doente e fraco das pernas, ajudava os mais débeis, sobretudo os mais idosos. Esteve neste campo de concentração até ao Verão de 1941.
Em Julho de 1941, devido ao seu estremo cansaço que, agora, o impedia de caminhar sozinho, foi trasladado para o Hospital do Campo, o que equivale a uma condenação à morte. Fez chegar aos próprios clérigos uma mensagem secreta, que nos é recordada por um dos destinatários da mesma, Fr. Caetano Ambrozkiewicz: “Queridos irmãos, estou no corredor do bloco 7. estou totalmente magro e desidratado. Peso 35 quilos; só tenho ossos. Estou estendido sobre a minha cama como sobre a cruz, com Cristo. Ele deu-me a graça de sofrer como Ele. Rezo por vós e é por vós que eu ofereço estes sofrimentos a Deus” .
Morreu no dia 14 de Agosto de 1942 e foi incinerado no campo número 12. No dia 26 de Março de 1999,  o Papa João Paulo II inscreveu-o no Catálogo dos Mártires.

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