Dom Mykolay (Nicolau) Charneckyj bispo ordinário de Leopoli na Ucrânia, nascido em 14 de dezembro de 1884 e falecido em Lviv em dois de abril de 1959, encabeça a lista dos vinte e cinco mártires cristãos ucranianos mortos em odium fidei pelo regime comunista após a queda da Rússia Czarista com a revolução bolchevique.
Ele foi professor do Seminário Stalislaviv e diretor espiritual no mesmo, em 1919 entrou para a Congregação dos Missionários Redentoristas. No ano de 1926 é nomeado visitador apostólico para os greco-católicos de Volyn, cidade na qual as estruturas eclesiais estavam destruídas, em 1931 é nomeado ordinário para os católicos de rito bizantino-eslavo em território polonês. Ordenado bispo em oito de fevereiro do mesmo ano em Roma, preso por agentes da KGB em 11 de abril com muitos outros bispos greco-católicos. Condenado por cinco anos a fazer trabalhos forçados, passa anos na prisão, sofre inúmeras torturas e humilhações, durante todo este tempo jamais descuidou do trabalho pastoral dando apoio e suporte espiritual aos outros prisioneiros, que em grande maioria participavam da mesma injustiça e da mesma fé.
Em 1956 é libertado e volta para Lviv praticamente moribundo, contra toda expectativa mundana aumenta seu apostolado fortalecendo a Igreja perseguida com seu apoio espiritual, parte para a Pátria celeste em dois de abril sendo imediatamente aclamado pela Igreja local como santo, ao seu túmulo acorrem milhares de fiéis.
Em parte considerável dos relatos do bispo acima, e dos foram beatificados com ele, vemos a investida dos hierarcas ortodoxos na tentativa de conversão ao cisma. Descobrimos inúmeras vezes, ao longo das histórias, durante os interrogatórios, o aparecimento de representantes da Igreja Ortodoxa, em parte aliada ao comunismo, que em vão tentavam dissuadi-los da fé que professavam. Sabe-se, por certo, o grande sofrimento imposto por tais religiosos aos próprios ortodoxos que, para sobrevivência e defesa da fé, refugiaram-se em catacumbas e passavam a viver clandestinamente.
O exemplo dos mártires é testemunho inegável da contradição presente no Santo Evangelho; o Senhor Crucificado encontrou na Igreja Oriental um terreno fértil de fiéis discípulos que abraçaram de forma segura e alegre a cruz que literalmente era pisada em praça pública.
O Papa João Paulo II, durante sua visita à Ucrânia, celebrou a beatificação de Dom Mykolay (Nicolau) Charneckyj e 24 mártires no dia 27 de Junho de 2001,
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