No caminho espiritual encontramos a sabedoria dos santos. O universo da santidade é infinito, pois está unido ao Santo, fonte de toda a santidade. Cada um pode captar um aspecto e fazer um caminho espiritual rico com conotações diferentes, não opostas. Por isso, encontramos sempre novas iluminações no mistério de Cristo. Vamos refletir sobre o termo: Vivas Memórias de Cristo Redentor. Viva Memória não significa memória boa, memória atilada. É Cristo que continua sua missão através de seus seguidores. A terminologia Memórias de Cristo não é exclusiva a ninguém, mas foi salientada pela mística redentorista chamada Maria Celeste Crostarosa, napolitana, fundadora a Ordem do Santíssimo Redentor. É contemporânea de Santo Afonso que não usa essa terminologia, mas o termo continuar (prossequitare – napolitano). É uma ação que continua. O termo viva memória significa que o seguidor de Jesus, em sua vida, continua a presença de Jesus nos 33 anos que viveu entre nós como “uomo viatore” – homem a caminho. Esse mistério de Cristo Vivo entre nós, não é uma fato de história do passado do qual lembramos, mas que O tornamos presente através da ação do Espírito Santo que realiza essa ação apostólica e a ação santificadora. Assim escreve Beata Maria Celeste: “Quero que façais memória de mim e das obras da salvação por mim realizadas por vosso amor... Esse Instituto será em memória dos trinta e três anos que morei como viajor entre os homens” (Instituto e regras).
Continuadores do Redentor
A espiritualidade do seguimento de Jesus como viva memória e continuação se realiza na escolha que se faz de Cristo e na união com Ele em sua obra redentora. É Cristo em nós que continua sua missão. É ação que envolve toda a vida. A obra apostólica e a espiritualidade estão intimamente unidas. As constituições redentoristas “rezam”: A finalidade a Congregação é “continuar o exemplo de Jesus Cristo Salvador, pregando aos pobres a Palavra de Deus, como disse de si mesmo: ‘Enviou-me para evangelizar os pobres’ ... A Congregação continua o exemplo de Cristo pela vida apostólica que compreende, a um só tempo, a vida especialmente dedicada a Deus e a obra missionária dos redentoristas” (Constituição 1). O estatuto 09 explicita quem são esses pobres...A Constituição 5 delimita bem o espaço: “Entre os necessitados de auxílio espiritual, atenderão de modo especial os pobres , os mais fracos e oprimidos, cuja evangelização é sinal da obra messiânica (Lc 4,18) e com os quais o Cristo mesmo quis, de certa maneira identificar-se (Mt 25,40). Se assim não fazemos, perdemos nossa união a Cristo”.
Memória como Eucarística
Continuar ou ser memória se traduz em gestos concretos. Como a Eucaristia que celebra a memória de tudo o que Cristo fez por nós. A vida cristã é memória através de nossas ações e de nossa união a Cristo. Por isso, a vida cristã só acontece na santidade de seus membros. Não podemos ser de Cristo pela metade. Por isso vemos como as comunidades se diluem, as congregações perdem o sentido e a vida cristã deixa de ser testemunho. Sem Cristo na vida e nas ações, não é possível levar adiante uma Igreja. E estamos assim. Quem escolhe o Redentor como vida, deve deixar o Redentor viver nele. O que parece ser específico de uma Congregação, torna-se caminho para todos que escolhem esse caminho.
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