quinta-feira, 3 de março de 2022

EVANGELHO DO DIA 3 DE MARÇO

Evangelho segundo São Lucas 9,22-25. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou arruinar-se a si próprio?». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Anastácio de Antioquia(599)monge, 
depois patriarca de Antioquia 
Homilia 4 sobre a Paixão;PG89,1347 
O caminho que conduz Cristo à sua glória 
«Eis que subimos a Jerusalém. O Filho do Homem será entregue nas mãos dos pagãos, dos sumos-sacerdotes e dos escribas, para ser flagelado, humilhado e crucificado» (Mt 20,18). Esta comunicação de Cristo aos seus discípulos estava de acordo com a predições dos profetas: eles tinham previsto a sua morte, e que esta teria lugar em Jerusalém. Compreendemos porque é que o Verbo de Deus, que de outra forma não sofreria, teve de suportar a Paixão: porque o homem não podia ser salvo doutra forma. Mas só Ele o sabia, assim como aqueles a quem Ele o revelara. De facto, Ele sabia tudo o que vem do Pai, porque o «Espírito penetra até às profundezas dos mistérios divinos» (1Cor 2,10). «Era necessário que Cristo sofresse» (Lc 24,26): era completamente impossível que a Paixão não tivesse acontecido, como Ele próprio afirmou quando chamou «lentos a acreditar» e «sem inteligência» àqueles que não sabiam que Cristo tinha de sofrer assim para entrar na sua glória (Lc 24,25). De facto, Ele veio para salvar o seu povo, renunciando à «glória que tinha junto do Pai antes da criação do mundo» (Jo 17,5). Esta salvação era a perfeição, que haveria de se concretizar através da Paixão, e que seria atribuída ao autor da nossa vida, segundo os ensinamentos de São Paulo: «Ele foi o autor da nossa vida, atingindo a perfeição no sofrimento» (Heb 2,10). A glória de Filho Único, da qual tinha sido afastado durante algum tempo em nosso favor, foi-Lhe devolvida pela cruz na carne que Ele tinha adotado. É São João quem o afirma no seu evangelho, quando explica que foi sobre esta água que o Salvador disse que «brotaria como um rio do coração dos crentes. Ora, ao dizer isto, Ele falava do Espírito Santo, que haviam de receber aqueles que acreditassem nele. De facto, o Espírito Santo ainda não tinha sido dado, porque Jesus ainda não tinha entrado na sua glória» (Jo 7,38-39). Aquilo a que Ele chama a sua glória é a sua morte na cruz. Foi por esta razão que o Senhor, quando rezou antes de padecer na cruz, pediu ao Pai para Lhe dar a «glória que tinha junto do Pai antes da criação do mundo».

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