sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

EVANGELHO DO DIA 7 DE JANEIRO

Evangelho segundo São João 2,1-11. 
Naquele tempo, realizou-se um casamento em Caná da Galileia e estava lá a Mãe de Jesus. Jesus e os seus discípulos foram também convidados para o casamento. A certa altura faltou o vinho. Então a Mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm vinho». Jesus respondeu-Lhe: «Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora». Sua Mãe disse aos serventes: «Fazei tudo o que Ele vos disser». Havia ali seis talhas de pedra, destinadas à purificação dos judeus, e cada uma levava duas ou três medidas. Disse-lhes Jesus: «Enchei essas talhas de água». Eles encheram-nas até acima. Depois disse-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa». E eles levaram. Quando o chefe de mesa provou a água transformada em vinho — ele não sabia de onde viera, pois só os serventes, que tinham tirado a água, sabiam —, chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho bom e, depois de os convidados terem bebido bem, serve o inferior. Mas tu guardaste o vinho bom até agora». Foi assim que, em Caná da Galileia, Jesus deu início aos seus milagres. Manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram nele.
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Efrém(306-373)
Diácono da Síria, doutor da Igreja 
Comentário ao Diatessaron,5,6ss.;SC121 
«Jesus deu início aos seus milagres». 
Porque terá Nosso Senhor, como primeiro sinal, transformado a água em vinho? Para demonstrar que Deus, que transformou a natureza no interior das talhas, também operou uma transformação no seio da Virgem. Como milagre supremo, Jesus abriu um túmulo, a fim de manifestar a sua independência em relação à ávida morte, que tudo engole. Para autenticar e confirmar a dupla perturbação da natureza que ocorre com o seu nascimento e a sua ressurreição, Jesus transformou a água em vinho sem modificar as talhas de pedra: era o símbolo do seu corpo, milagrosamente concebido e maravilhosamente criado numa virgem, sem intervenção de homem. Contrariamente ao que é habitual, as talhas deram ao mundo um vinho novo, sem ter jamais havido repetição de tal maravilha. Assim também, a Virgem que concebeu e deu ao mundo o Emanuel (cf Is 7,14) não voltou a conceber. O milagre das talhas de pedra é este: a pequenez torna-se grandeza, a parcimónia transmuta-se em superabundância, a água da fonte em vinho doce. Em Maria, pelo contrário, a grandeza e a glória da divindade mudam de aspeto, tomando uma aparência de fragilidade e ignomínia. Naquelas talhas que serviam para os ritos de purificação dos judeus, verte nosso Senhor a sua doutrina, mostrando assim que veio segundo a Lei e os profetas, mas para tudo mudar com os seus ensinamentos, tal como a água se transformou em vinho. «É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo» (Jo 1,17). O esposo que morava em Caná convidou o Esposo que veio do Céu; e o Senhor, que estava preparado para estas núpcias, respondeu ao seu convite. Os que estavam sentados à mesa convidaram Aquele que instala os mundos em seu Reino, e Ele enviou-lhes um presente de núpcias que os fez exultar. Não tinham vinho que chegasse, mesmo do de menor qualidade, e Ele deu-lhes um pouco da sua riqueza: em resposta ao convite, Ele convidou-os para as suas núpcias.

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