sábado, 20 de março de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Assunção de Maria ao Céu”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
A mulher e o dragão.
 
A vida do cristão é acompanhada pela presença querida de Nossa Senhora. Ela é a Mulher, a Mãe, a Esposa, a Amada do Povo de Deus. É uma luz que ilumina, um calor que aquece e uma esperança que anima. A festa da Assunção de Maria é um momento em que a comunidade levanta a cabeça e olha para seu futuro. Ela, “vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de 12 estrelas na cabeça, estava grávida e gritava de dores” (Ap 12,1-3). Vemos na primeira leitura que um feroz dragão quer devorar o Filho que lhe vai nascer. Na primeira interpretação, esta mulher é a Igreja, envolvida pelo sol - Jesus Cristo - rodeada pelos 12 apóstolos. Ela está a gerar novos filhos, os cristãos, mas o dragão, a perseguição, quer engoli-los. Lembramos as perseguições do império romano. A Igreja está junto com Cristo na perseguição e em sua vitória. Igualmente os filhos participam da perseguição e da vitória. Esta mulher pode ser vista também como Maria, a Mãe que tem em seu amor todos os filhos da Igreja e os defende contra o mal. Ela é também a mulher que venceu e está gloriosa junto de Deus a nos mostrar o futuro. 
Maria, Esperança da humanidade
Quando vemos os privilégios de Maria ficamos entusiasmados. Quanto Deus fez por esta Mulher! Tudo isso não vem sem sua colaboração. Com ela cantamos todos os dias: “A minha alma engrandece o Senhor porque grandes coisas fez em mim o Todo Poderoso”. Não podemos, contudo, esquecer que Maria, no plano de Deus, carrega em si toda a humanidade. Em seu seio de mulher e de sua natureza, se fez carne o VERBO eterno por obra do Espírito Santo. É nossa carne, com tudo o que tem de bonito e de doloroso. A humanidade toda acolhe a encarnação e se dá o grande casamento de Deus com ela. A Imaculada Conceição de Maria é a vitória de Cristo que venceu o mal e a morte. Em Maria vencemos que o pecado não é um domínio do mal ma uma circunstância que ocorre e que pode ser vencida. Sua virgindade é a expressão da humanidade que tem sempre diante de si a abertura para Deus. Sua maternidade é a expressão da grande missão que tem a humanidade de receber a semente de Deus, Jesus, e gerá-lo para o mundo. Sua Assunção é nossa vitória sobre a morte e a certeza da ressurreição (1 leitura de 1 Cor 15,22). Em Maria também nós pisamos a cabeça do dragão, na força do Filho. 
Maria é o projeto de Deus realizado. 
No canto da Virgem diante de Isabel, como expressão de seu ato de fé, Maria reconhece a obra de Deus nela, mas uma obra a ser partilhada. Nela a humanidade foi exaltada. Assim também Deus continua através de nós a revolução. Muda a situação dolorosa dos oprimidos. Ela canta: “dispersa os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias” (Lc 1,51-53). É revolução da misericórdia. Com razão diz o Apocalipse: “Agora se realizou a salvação, a força e a realiza do nosso deus, e o poder do seu Cristo” (Ap 12,10). Poder de Cristo é misericórdia. Sem Maria a Igreja seria uma órfã sem amparo nem futuro. 
(Leituras: Apocalipse 11,19;12,1.3-6.10; 
1 Coríntios 15,20-27; Lucas 1,39-56) 
HOMILIA-Festa da Assunção de Maria (17.08)
EM AGOSTO DE 2003

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