segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Culto dos Santos!

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Ao entrarmos em uma igreja
, sobretudo mais antiga, encontramos muitas imagens de santos. Nas igrejas evangélicas, não vemos imagens. Como começou o culto dos santos? É certo cultuar os santos? Não adoramos imagens de santos, veneramos o santo que ela representa. O Catecismo da Igreja afirma: “O culto cristão de imagens não é contrário ao primeiro mandamento que proíbe os ídolos. De fato, a honra prestada a uma imagem se dirige ao modelo original, e quem venera uma imagem, venera nela a pessoa que nela está pintada. A honra prestada às santas imagens é uma veneração respeitosa, e não uma adoração, que só compete a Deus” (nº2132). 
O culto dos santos vem desde o início da Igreja. Lembremos que S. Paulo chama de santos a todos os cristãos. Nas suas cartas ele escreve: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus” (Ef 1,1). E pede que rezem por ele: “ajudando-nos também vós com orações por nós” (2 Cor 1,11)”. Os cristãos vivos são chamados de santos e podem interceder a Deus por nós. Os cristãos mortos não mudam sua condição de santos nem sua capacidade de intercessão, aliás, a realizam em maior intensidade. De onde nasce esta ligação com os santos mortos? 
No ano 155, foi martirizado Policarpo, bispo de Ismirna. A comunidade comunicou às outras igrejas sua morte através de uma bela carta que resume todo o pensamento da Igreja sobre o culto devido aos mártires. Nela diz que suas cinzas (fora queimado vivo) foram recolhidas como pedras preciosas e guardadas em um lugar conveniente. Puseram-se de acordo de vir todos os anos, ao seu túmulo, para celebrar a Eucaristia no dia do aniversário de seu martírio celebrando seus feitos e animando-se a afrontar o martírio. Diz o documento: “Veneramos Cristo que é Filho de Deus e dignamente honramos os mártires como discípulos e imitadores do Senhor”. Os cristãos já uniam a adoração a Cristo e veneração dos mártires em um ato de culto no local da tumba que vinham visitar. Encontramos escritos nestes monumentos mortuários pedidos de preces por parte do mártir. Quando terminaram as perseguições romanas, o culto passou àqueles que tinham confessado Jesus, mas sem derramar o sangue. Depois passou-se à veneração das grandes figuras da comunidade, bispos, monges, virgens e fiéis que deram o testemunho de vida. 
O santo participa da plenitude do mistério pascal do Senhor, e sua santidade existe em função desta participação. Os santos proclamam com a palavra e com o sangue a paixão e a ressurreição de Cristo. Cristo é o princípio de toda santidade. Os santos são santos na medida em que se identificam com Cristo e vivem em plenitude a comunhão com o Cristo da Páscoa. Nos santos, a Igreja celebra o mistério de Cristo visto nos seus frutos realizados nos fiéis. Os santos são colocados como modelos no seguimento de Cristo. Não é preciso fazer o que eles fizeram, mas seguir o entusiasmo e força com que se dedicaram a Cristo e aos irmãos. Como estão em Deus, podem rezar por nós. Por isso dizemos: Santos de Deus, intercedei por nós. Somos uma família onde há mútua ajuda através da oração.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM NOVEMBRO DE 2002

Nenhum comentário:

Postar um comentário