quinta-feira, 12 de novembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
“Se as águas do mar da vida
, quiserem te afogar, segura na mão de Deus e vai!” Quantas vezes já cantamos esta música em nossas comunidades cristãs! Uma música religiosa, só é boa, quando começa a fazer parte do quotidiano de nosso coração. Não adianta cantar tantas músicas novas, se não se tornam oração espontânea de nossa vida. D. Angelina, de Garça, quando estava para morrer, pedia que lhe cantassem esta música “Segura na mão de Deus”. Pedro, quando afundava o mar, gritou: “Senhor, salva-me!” Jesus estendeu a mão e o segurou. Jesus convida a não ter medo.
Depois da multiplicação dos pães, os discípulos enfrentam um mar bravio e o vento contrário. No meio da noite Jesus vem andando sobre as ondas. Eles ficam com medo. “Sou eu. Não tenhais medo!” Pedro, para comprovar se era Jesus mesmo diz: “Se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a águas”. Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a águas. Sentindo medo, começa afundar. Grita a Jesus: “Senhor, salva-me!” Jesus estendeu a mão, segurou Pedro e lhe disse “Homem de pouca fé, por que duvidastes?” 
Este texto pode ter uma aplicação a nossa vida. Depois de experimentar tantas maravilhas, podemos atravessar as dificuldades da escuridão dos problemas e tempestades que a vida traz. Ficamos num mar revolto, com ventos contrários e vendo fantasmas. O pior destas horas é que ficamos perdidos, sem ter onde pedir socorro. A própria presença de Jesus afigura-se um estranho, como aos discípulos que pensaram que Jesus era um fantasma. Começamos a não entender a Deus. É o momento de ouvir sua voz que diz: “Coragem! Não tenhais medo”. Mesmo quando estamos seguir a Jesus, o medo nos faz afundar. Jesus nos chama à fé para superar e viver com Ele as dificuldades. 
Para viver bem estas circunstâncias, é-nos apresentada a experiência bonita que faz o profeta Elias. No meio de todas as turbulências, há sempre um momento de serenidade de encontro com Deus. Ele não estava na tempestade, mas na brisa serena. Jesus antes de entrar no mar perigoso, passara um tempo em oração. Creio que aqui se encontra um grande segredo para vencer as tempestades: alguns poucos minutos com Deus. Estes valem uma eternidade.A liturgia é um momento de encontro com Deus. Ela necessita de ter momentos de serenidade e menos barulho para poder acontecer o encontro com Deus. Quem sabe devamos repensar o modo como fazermos nossas barulhentas celebrações. 
Sendo dia dos pais, vemos a vocação da família como um lugar onde Deus se manifesta. No amor e no carinho para com os pais, podemos expressar o carinho de Deus por estes que atravessaram um mar difícil para levar a família adiante. Retribuamos. 
(Leituras: 1 Reis, 19,9a.11-13a;
Romanos 9,1-5; Mateus 14,22-23)
Homilia do 19º Domingo do Tempo Comum
Em agosto de 2002

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