sexta-feira, 11 de setembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Dá-me também desta água”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
O tempo da Quaresma já nos trouxe muitos ensinamentos e nos levou a viver mais e melhor a preparação para a Páscoa do Senhor. Este mistério de Morte e Ressurreição de Jesus chega a cada cristão através do Batismo e de sua vivência de cada dia. Por isso, neste ano, temos um temário batismal para os 3 domingos que se seguem. São três evangelhos que apresentam Jesus como Água Viva, Luz e Vida. Com estes três temas podemos seguir o caminho de preparação para renovar o ato de fé e a graça do Batismo. Assim preparamo-nos para reafirmar nossa entrada na Igreja e na vida de Deus. 
A água sempre teve muita importância na vida das pessoas. Sem água não há vida. De modo particular a água tem uma função importante nas celebrações religiosas de todos os cultos. É a substância mãe da qual é criado o mundo. É fonte de vida e de purificação. O Dilúvio veio purificar o universo. Nos Evangelhos a água é símbolo da ação do Espírito Santo. A água, fecundada pelo Espírito, é fonte de vida e mata a sede de vida eterna. “Jesus diz à samaritana: quem beber desta água nunca mais terá sede” (Jo 4,13). 
Ouvindo hoje o evangelho de João que nos fala do encontro com a samaritana, recordamos Jesus que vai ao mundo diferente e que não tem fé e oferece a água viva, que é Ele próprio, para saciar toda sede e purificar de todos os males. Ter fé é acolher a pessoa de Jesus. Assim é o batismo: pelo símbolo da água e a profissão de fé acolhemos o Salvador e temos a vida nova nascida pela água e pelo Espírito Santo, como diz o rito do Batismo. 
A primeira leitura mostra-nos Moisés batendo na pedra para fazer brotar uma fonte de água abundante. Deus não abandona seu povo no deserto. Esta água explica a gratuidade das maravilhas de Deus. Esta gratuidade, como nos diz Paulo na carta aos Romanos, está na prova de amor de Deus que nos dá o Filho que morreu por nós quando ainda éramos pecadores. “Quando ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós” (Rm 5,8). 
Desta Palavra de Deus podemos tirar algumas conseqüências para nossa vida. O contato de Jesus com a samaritana leva-a a desejar a água viva. Jesus provoca-nos o desejo de estar com Ele e conversar com Ele. Podemos conversar com Ele. Depois deste contato conhecemo-nos a nós mesmos. Jesus torna-se um espelho de nossa realidade. A mulher disse: “Ele disse tudo quanto fiz”. Depois que se conhece Jesus, não há modo de não anunciá-lo: “Vinde ver o homem que disse tudo quanto eu tenho feito. Não será Ele o Cristo?” Seguindo o pensamento da Campanha da Fraternidade, vemos a força instrutiva e integradora da água. Através dela podemos ter um diálogo com a cultura indígena que nos ensinará a usar os bens da natureza e a força simbólica da água. 
(Leituras:Êxodo17,3-7;
Romanos,5,1-8;Jo4,5-42)
Homilia do 3º Domingo da Quaresma
(03 DE MARÇO DE 2002)

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