segunda-feira, 17 de agosto de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Fortalecei vossos corações!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Começamos a festejar o Natal. No 3º domingo do Advento temos uma curiosidade. A cor da liturgia deve ser rosa. Este domingo tem uma característica muito interessante: a liturgia se inicia com as palavras: Alegrai-vos sempre no Senhor,! Repito: Alegrai-vos! (Fil 4,4). Na quaresma existe 4º domingo com a mesma palavra alegrai-vos no Senhor. Tanto o Advento como a Quaresma têm um tom meio sério e penitencial. Mas a alegria das festas que se aproximam, como diz a oração da missa, começa a aparecer em nossa celebração. É como uma aurora que anuncia a chega do sol. A própria temática das leituras faz notar a vinda do Deus que dá vida, alegria e cura todos os males. 
João Batista enviara discípulos para perguntar a Jesus se era aquele que deveria vir ou deveria esperar por outro. Jesus responde aplicando a si o texto do profeta Isaias: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vedo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, os pobres são evangelizados!” (Mt 11,44-5). O profeta anunciara que a vinda de Deus para salvar seu povo de todos os males realizaria justamente o que vemos em Jesus. É belo ver como a ação de Deus cura a pessoa por inteiro: cegueira, surdez, pernas enfraquecidas, leprosos, mortos e pobreza entristecida pela opressão. Todos voltarão para casa cheios de gozo e contentamento não mais conhecerão a dor e o pranto (Is 35,10). É a realização das grandes promessas e satisfação das grandes esperanças. 
A vinda do Verbo, Filho do Pai Eterno, não é uma a mais na história, um grande homem, o maior dos profetas. Ele é o único, o Filho que vem para manifestar o amor do Pai. Sua vinda não é uma aparição a determinadas pessoas privilegiadas. Seus milagres não são só para curar, mas para revelar sua pessoa e provocar a fé. Do contrário seria injusto pois havia muitos cegos, surdos, leprosos e mortos que ele não curou nem ressuscitou. Estes milagres são a demonstração de que sua pessoa, vida e evangelho vão mudar o homem por inteiro, em todos os sentidos: ouvido, olhos, corpo e até a própria vida, livrando-a da morte. 
O convite alegre da liturgia é que vivamos com confiança, firmes esperando os frutos mesmo no sofrimento e angústia da espera do dia de Deus. Enquanto esperamos acolhamos o grande milagre que se vai realizando dentro de nós cada dia: ouvindo a palavra, olhando os sinais dos tempos para discernir onde Deus age, caminhando pelo caminho da verdade e vivendo pelo amor e pelo Alimento da Palavra de do Pão da Vida. Desde já se alegrem no Senhor que vem nos salvar neste Natal.
Leituras: Isaias 35,1-6a.10; Tiago 5,7-10; Mateus, 11,2-11 
Homilia do 3º Domingo do Advento (14.12.2001)

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