PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
Toda vocação tem como característica fundamental a aceitação de Jesus e seu Evangelho como orientação e fonte de vida, e a escolha de um modo de vida que expresse concretamente esta opção fundamental. Quando falamos de vocação sempre pensamos no padre ou na freira. Estas são vocações a serviço do povo de Deus no ministério e na consagração. Mas a vocação básica é a vocação do leigo.
Quando falamos de um leigo engajado nós pensamos: ele e ela são ministros da Eucaristia, trabalham na paróquia em tudo o que o padre precisa, estão sempre no altar ajudando, fazem parte de todos os momentos e atividades. Têm até a chave da Igreja. Brincando a gente diz: podem mudar para a Igreja. Isso é muito bom, pois se trata de assumir concretamente uma ajuda à comunidade. Mas a vocação do leigo é anterior a estas atividades tão necessárias. Agradecemos a estes leigos que tanto nos ajudam na comunidade. Sem eles a realmente a vida fica difícil. São participações do ministério da coordenação da comunidade.
Mas a vocação do leigo se concretiza na vida cristã no mundo. Jesus fala na oração sacerdotal durante a última ceia:
“Não peço que os tire do mundo, mas que os livre do maligno... Como tu me enviastes ao mundo, eu os enviei ao mundo” (Jo. 17,15.18).
Ali é o seu lugar de apostolado e de anunciar o evangelho através de sua vida e atitudes cristãs. Ali ele trabalha para a transformação das estruturas cristãs da sociedade tão paganizada. O leigo está em lugares que o sacerdote não está. Ele pode chegar mais longe e ser o primeiro anunciador do Evangelho. O padre não pode dizer:
-Você não colabora na Igreja.
Deve dizer ao leigo:
-Vá e leve o evangelho onde você está. Ali é sua sacristia. Está construindo o reino de Deus no mundo das pessoas.
Claro que em segundo lugar ele pode colaborar na comunidade.
O lugar do leigo cristão é na política, na economia, nos departamentos, instituições, escolas, esportes, clubes etc...etc...Onde houver um agrupamento humano, ali está o leigo cristão. Ele não precisa dizer que é católico, cristão. É importante que seja.
Vejamos nossos políticos e empresários cristãos:
Quais são os princípios que regem suas atividades?
É o Evangelho?
Aliás, são até contra os padres e bispos que chamam a atenção aos problemas, dizendo que eles devem ficar na sacristia e que a sociedade é independente. É esta a ideologia do mal: afastar o evangelho do mundo. Não se deixar vencer o mal, mas vencer o mal pelo bem (Rm 12,21)
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