quarta-feira, 6 de maio de 2020

EVANGELHO DO DIA 6 DE MAIO

Evangelho segundo São João 12,44-50. 
Naquele tempo, Jesus disse em alta voz: «Quem acredita em Mim não é em Mim que acredita, mas naquele que Me enviou; e quem Me vê, vê Aquele que Me enviou. Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em Mim não fique nas trevas. Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, não sou Eu que o julgo, porque não vim para julgar o mundo, mas para o salvar. Quem Me rejeita e não acolhe as minhas palavras tem quem o julgue: a palavra que anunciei o julgará no último dia. Porque Eu não falei por Mim próprio: o Pai, que Me enviou, é que determinou o que havia de dizer e anunciar. E Eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, as palavras que Eu digo, digo-as como o Pai Mas disse a Mim». 
Tradução litúrgica da Bíblia  
Santo Agostinho(354-430) 
bispo de Hipona(norte de África),
doutor da Igreja 
Sobre a Trindade,I,13,30-31 
«Quem Me vê, vê Aquele que Me enviou» 
Alguém que tinha chamado «bom mestre» a Jesus, pedindo-Lhe conselho para alcançar a vida eterna, recebeu esta resposta: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus» (Mc 10,17-18). Sim, se Me vires na minha condição divina, Eu sou bom, mas se Me vês somente na condição humana, que contemplas agora, porque Me interrogas acerca do que é bom, se és daqueles que apenas «hão de olhar para Aquele que trespassaram»? (Jo 19-37; Zac 12,10). Essa visão trar-lhes-á infelicidade, porque será a visão do castigo. Existe, com efeito, uma visão em que contemplaremos a imutável substância de Deus, invisível aos olhos humanos, e essa visão, que só é prometida aos santos, é aquela a que o apóstolo Paulo chama um «face a face» (1Cor 13,12); dessa visão, diz o apóstolo João: «Seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é» (1Jo 3,2); e o salmista: «Uma só coisa peço ao Senhor e ardentemente a desejo: habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida» (Sl 26,4). O próprio Senhor o diz: «Eu o amarei e hei de manifestar-Me a ele» (Jo 14,21). É por essa visão que purificamos os nossos corações na fé, para pertencermos ao número dos «puros de coração que verão a Deus» (Mt 5,8). Essa visão, e apenas ela, é o nosso supremo bem e é para a alcançarmos que temos o dever de fazer tudo o que fazemos de bom.

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