segunda-feira, 2 de março de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - Todos os Santos

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Bem-aventurados 
Celebramos a festa da família de Deus: Todos reunidos em torno do Pai comum. Essa festa lembra todos os que O acolheram em sua vida e agora vivem em sua casa. Há uma medida muito clara para saber quem é bom ou quem é mau: O coração do Pai. Como Deus é pai estimula e acolhe os filhos todos. Os mais fracos e doentes são os preferidos. O sentido dessa festa não é lembrar um santo canonizado, conhecido e comemorado, mas recordar todos os cidadãos do Céu. Todos os filhos têm direito à casa do Pai. Mas o Pai não é privilégio exclusivo, pois ali estava gente com a marca do Deus vivo. João diz:“Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro. Trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão” (Ap 7,9). O Céu é aberto a todos. Todos que lá entram lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro Jesus. Jesus é o Salvador de todos e não de um grupinho. No salmo rezamos: “Quem subirá até o monte do Senhor? ‘Quem tem mãos puras e inocente o coração, quem não dirige sua mente para o crime”’ (Sl 23). É preciso superar ideia de achar que somos os únicos herdeiros do Reino. É uma visão mesquinha para quem diz conhecer Jesus Cristo. Celebrar todos os santos é reconhecer que o caminho de santidade é para todos. A missão da Igreja é levar todos a conhecer Jesus e viver seu Evangelho de justiça, amor e paz. Esse caminho Jesus apresenta em seu ensinamento sobre as bem-aventuranças. É o caminho fácil. 
E somos filhos 
A santidade a que somos chamados não provém de nossos ritos, pois tudo o que fizermos será um dom de Deus que nos dá a participação de sua vida. Somos filhos porque nos fizemos irmãos de Jesus pela fé em nosso batismo. Somos santos por dom. Para crescermos nessa opção de santidade, devemos assumir a condição de filhos de Deus e viver a participação da Vida Divina correspondendo aos dons que recebemos. Assumir o Evangelho como modo de vida implica viver como irmãos na comunidade, alimentados pela Eucaristia e ser assíduos aos ensinamentos e à fraternidade, como aprendemos da comunidade primitiva (At 2,42). A certeza que a Vida Divina cresce em nós é o desejo e empenho de anúncio do Evangelho. Ter fé é anunciar. Há imensas possibilidades, mas é preciso que Jesus seja conhecido e amado. Ele tem a resposta a todas as questões do mundo, pois o amor de Deus pode tudo penetrar. A santidade do fiel estará em viver o evangelho e evitar aquilo que tem sabor de santidade, mas não passa de ideologia. Tudo de espiritual que buscarmos tem que corresponder ao Evangelho das bem-aventuranças. 
Marcados pelo Espírito 
São João, no Apocalipse, diz o Anjo: “Não façais mal à terra, nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos de nosso Deus. Ouvi o número dos que tinham sido marcados: eram cento e quarenta e quatro mil,de todas as tribos dos filhos de Israel” (Ap 7,3-4). A marca é o sinal da escolha de Deus, a partir do batismo. Mas depois diz que havia uma multidão, como vimos. O batismo é o caminho normal da vida cristã, aberta a todos num sentido de escolhidos como testemunhas. Mas a santidade pode se encontrar em todos os que querem a prática do bem. Essa é a marca de todos. Celebrando todos os santos estamos unidos como família que celebra o Pai. Conosco está o Filho primogênito, Jesus e o Espírito que santifica e nos abre o caminho das bem-aventuranças.

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