domingo, 2 de fevereiro de 2020

Santa Veridiana (ou Verdiana) de Castelfiorentino – 2 de fevereiro

Martirológio Romano: Próximo de Castelfiorentino na Toscana, Santa Verdiana, virgem, que viveu numa clausura desde a juventude até a velhice.
     Nascida na Toscana, consagrou desde muito jovem sua virgindade a Deus. Peregrinou a Santiago de Compostela e a Roma, retornando depois à terra natal, onde voluntariamente viveu murada numa cela, durante 34 anos, em meio a rigorosas penitências e recebendo graças místicas extraordinárias.
     Em 1155, a Ordem do Carmelo foi fundada. Em 1220, São Francisco de Assis estabeleceu a Ordem dos Franciscanos. Em 1212, a jovem Clara de Assis seguiu o exemplo de São Francisco de Assis e viveu, dentro da clausura e na contemplação, o ideal de pobreza evangélica. Surgiu, assim, a Ordem das Clarissas, ou a Segunda Ordem Franciscana.
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     A Ordem de Santa Clara fundada no Convento de São Damião, sob a orientação de Santa Clara e de São Francisco de Assis e que teve sempre o apoio dos Frades Menores, depressa se estendeu por toda a Europa e tem hoje cerca de 1500 mosteiros em todos os continentes, a Ordem de Clausura mais numerosa em toda a Igreja.
     Era, portanto, uma época em que se enaltecia o ideal da pobreza e do recolhimento. Foi dentro desse período que viveu a santa que homenageamos hoje, Santa Veridiana.
     No primeiro dia de fevereiro de 1242, de repente todos os sinos de Castelfiorentino em Florença, Itália, começaram a repicar simultaneamente. Quando os moradores constataram que tocavam sozinhos, sem que ninguém os manuseassem, tudo ficou claro: eles anunciavam a morte de Veridiana.
     Veridiana nasceu em 1182, nos arredores daquela cidade que amou e aonde viveu quase toda sua existência, só que enclausurada numa minúscula cela, de livre e espontânea vontade.
     Pertencendo a uma família nobre e rica, os Attavanti, Veridiana levou uma vida santa, que ficou conhecida muito além das fronteiras de sua terra e que lhe valeu inclusive a visita em pessoa de seu contemporâneo Francisco de Assis, que a abençoou e admitiu na Ordem Terceira, em 1221.
     A fortuna da família, embora em certa decadência, Veridiana sempre utilizou em favor dos pobres. Um dos prodígios atribuídos a ela mostra bem o tamanho de sua caridade. Consta que certa vez um dos seus tios, muito rico, deixou aos seus cuidados grande parte de seus bens, que eram as colheitas de suas terras.
     A cidade atravessava uma época terrível de carestia e fome, seu tio nem pensou em auxiliar os necessitados, era um mercador e procurou vender grande parte desses víveres, o que conseguiu por um preço elevado, obtendo grande lucro. Mas, ao levar o comprador para retirar o material vendido, levou um susto, suas despensas estavam completamente vazias: Veridiana tinha distribuído tudo aos pobres
     O tio ficou furioso, pediu um prazo de 24 horas ao comprador e ordenou a Veridiana que solucionasse o problema, já que fora a causadora dele. No dia seguinte, na hora marcada, as despensas estavam novamente cheias, e o negócio pode se concretizar.
     Após uma peregrinação ao túmulo do Apóstolo São Tiago em Compostela, Espanha, um centro de peregrinação tão requisitado quanto Roma o é pelos túmulos de São Pedro e São Paulo, ao retornar Veridiana se decidiu pela vida religiosa e reclusa. Para que não se afastasse da cidade, seus amigos e parentes construíram então uma pequena cela, próxima ao Oratório de Santo Antão, onde ela viveu 34 anos de penitência e solidão. A cela possuía uma única e mínima janela por onde ela assistia à Missa e recebia suas raras visitas, e também minúsculas refeições, suficientes apenas para que não morresse de fome.
     O Senhor glorificou-a com milagres tanto em vida como após a morte. O culto a Santa Veridiana foi aprovado pelo papa Clemente VII no ano de 1533. Ela também se tornou protetora do presídio feminino de Florença por associação aos seus 34 anos de prisão voluntária. Sua devoção ainda é muito popular na região da Toscana, na Itália, onde é venerada como sua padroeira.
Santuário construido sobre sua cela
     No local do antigo Oratório de Santo Antão, onde ela passara sua vida de eremita, foi construída uma bela igreja em sua homenagem, e lá foram depositadas suas relíquias no ano de 1939. Lá se venera uma antiga imagem sua ladeada de duas serpentes. Segundo a legenda, os dois repteis teriam entrado na cela e ali teriam ficado para atormentarem a devota reclusa e porem à prova sua virtude.
     Veridiana ligou seu coração ao Sagrado Coração de Jesus em profundas meditações e contemplações. Nesses colóquios ela encontrou a verdadeira sabedoria, a verdadeira paz, a verdadeira força que a fez viver assim por 34 anos. Aprendamos com Santa Veridiana a mergulhar na imensidão do amor divino! Pensemos no que disse São Francisco de Assis: “o homem vale o que é diante de Deus e nada mais”.
Etimologia: Viridiana, do latim viridiana, “verdejante”. Outras formas: Veridiana, Verdiana.

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