PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
2082. A beleza da santidade
Papa Francisco, em sua reflexão sobre a santidade, leva-nos ter uma visão otimista sobre ela. Houve um tempo em que se ensinava que tornar-se santo era impossível. Ainda mais sendo brasileiro. Temos que dizer que não ficar santo é muito mais difícil. Ele nos diz que podemos e devemos “nos estimular pelos sinais de santidade que o Senhor nos mostra através dos membros mais humildes do povo”... “Esses homens e essas mulheres do povo não fazem a história e não estão nos livros de história. Mas são eles quem constroem o mundo” (GE 8). “A santidade é o rosto mais belo da Igreja. Mas, mesmo fora da Igreja Católica, o Espírito suscita sinais de sua presença, que ajudam os próprios discípulos de Cristo. São João Paulo II lembrou-nos que o “testemunho, dado por Cristo até ao derramamento do sangue, tornou-se patrimônio comum de católicos, ortodoxos, anglicanos e protestantes”. Na sugestiva comemoração ecumênica, que ele quis celebrar no Coliseu durante o Jubileu do ano 2000, defendeu que os mártires são “uma herança que fala com uma voz mais alta do que os fatores de divisão entre os cristãos” (GE 9). Há santos fora da Igreja católica e mesmo fora do cristianismo. Deus é quem faz o santo. A Igreja proclama.
2083. O Senhor chama
Insiste ainda que em tudo isso é importante reconhecer a chamada que Deus dirige a cada um: “Sede santos, porque Eu sou santo” (Lv 11,45;1Pd 1,16). O Concílio Vaticano II salientou vigorosamente: “Munidos de tantos e tão grandes meios de salvação, todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um por seu caminho” (GE 10). Essa é a grande verdade que tira aquele exclusivismo de pensar que poucos são santos e destes somente padres e freiras. Por isso acentua: “‘Cada um por seu caminho’”, diz o Concílio. Não há só um modelo de santidade. Não temos que copiar ninguém. Temos que seguir sua paixão por Jesus e pelo amor aos irmãos. Importante é que cada crente discirna o seu próprio caminho e traga à luz o melhor de si mesmo, como Deus colocou nele de modo muito pessoal (1Cor 12,7), e não se esgote procurando imitar algo que não foi pensado para ele. Todos somos chamados a ser testemunhas, mas há muitas formas diferentes de testemunho. Pois a vida divina comunica-se “a uns de uma maneira e a outros de outra” (GE 11). Cada um mostra um lado da santidade de Deus. Só Ele é santo. Mas nos leva a participar de sua santidade, cada um de seu jeito. A vida da Igreja, a vida religiosa e sacerdotal queria igualdade para todos no mesmo estilo. Curiosamente vemos que Deus nos fez totalmente diferentes uns dos outros. Cada um é uma face de Deus. Se colocarmos todos com a mesma feição, ocultamos uma face de Deus.
2084. Santo gênio feminino
Continua mostrando as diferenças. Agora lembra uma diferença muito grande: “A propósito de tais formas distintas, quero acentuar que também o «gênio feminino» se manifesta em estilos femininos de santidade, indispensáveis para refletir a santidade de Deus neste mundo”. E precisamente em períodos nos quais as mulheres estiveram mais discriminadas, o Espírito Santo suscitou santas, cujo fascínio provocou novos dinamismos espirituais e reformas importantes na Igreja. Podemos citar Santa Hildegarda de Bingen, Santa Brígida, Santa Catarina de Sena, Santa Teresa de Ávila ou Santa Teresa de Lisieux; E continua uma maravilhosa lista de santas mulheres (GE 12). O modelo de santidade deve ser masculino e feminino. São muito diferentes. Infelizmente não foi assim. Cada um é diferente do outro. Justamente aí percebemos a infinidade de caminhos para Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário