segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “Para que vivais”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Honrar com o coração 
Voltamos a ler o evangelho de Marcos, depois de termos refletido sobre o ensinamento sobre o Pão da Vida (Jo 6). Hoje ouvimos as palavras de Jesus sobre o puro e o impuro. Esse texto, explicado pelas outras leituras, mostra que a observância da lei mantinha a unidade e a esperança do povo na realização das promessas de Deus que é o sentido da real obediência. Jesus ensina que não se pode deixar de lado a lei de Deus para se fixar em observâncias inventadas pelos homens e mantidas em tradição mais forte que a Palavra. A rigidez na interpretação da lei criou observâncias que estavam fora do espírito da lei. Era isso que Jesus condenava com toda sua força. Ele era a Lei, como ouvimos em seu batismo e em sua transfiguração: “Este é meu Filho amado, ouvi o que Ele diz” (Mt 17,5). Temos atualmente a tendência de aumentar as observâncias no campo litúrgico e moral e outros. Na verdade é uma desculpa para não cumprirmos o essencial do Evangelho ensinado por Jesus. Jesus não veio abolir a lei, veio levar à sua maturidade através que é a expressão do amor do Pai na realização da lei do amor que redime. Jesus disse: “Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens” (Mc 7,8). Este é o resultado de uma volta a doutrinas de um passado rigorista que foi condenado como heresia e volta com toda a força de verdade. Há pessoas que não aceitam nem o Papa porque cobra simplicidade e autenticidade. O modelo é sempre Jesus em sua simplicidade, pobreza e dedicação aos sofredores e humilhados. 
Lei de ser irmão 
Rezamos no salmo 14 a verdade sobre a vida perfeita. Quem vive com Deus e vai para o Céu? “Quem não prejudica o irmão, não insulta o vizinho, não dá valor ao homem ímpio, não empresta seu dinheiro com usura, nem se deixa subornar contra o inocente”. A observância fundamental está no mandamento do amor que se expressa de muitas maneiras no relacionamento. Tiago vê no cuidado com os irmãos, o cumprimento de toda lei. Isso vai fazer de nós, como nos ensina o livro do Deuteronômio, um grande povo, isto é, uma Igreja autêntica no amor ao próximo, sobretudo aos humildes. Diz o livro dos Provérbios “Quem zomba de um pobre insulta seu Criador” (Pr 17,5). (Os pobres são os parentes de Deus). Aqui é o momento de revisarmos nossa espiritualidade. Meu movimento, minha associação, minha congregação, meu sacerdócio, meu episcopado e coisas, mais são para quê? Onde se localizam? No meu coração, ou na minha roupa, em nossa euforia espiritual? Há demônio que precisa de muita oração e jejum para ser tirado de dentro de nós.
Palavra que salva 
Jesus denuncia os fariseus e doutores da lei de ensinarem tradições criadas e abandonar a lei de Deus. Tiago nos diz: “Recebei com humildade a Palavra que foi em vós implantada, e que é capaz de salvar as vossas almas... A religião pura e sem mancha diante de Deus Pai é assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo” (Tg 1,21.27). Viver autenticamente é caminhar na salvação. Obedecer a Lei de Deus e não esconder-se numa falsa religião de exterioridades. Vemos em muitos grupos muita espiritualidade que se torna vazia porque não se cumpre a Palavra de Deus no mandamento do amor. A fé católica nos leva a pensar nos necessitados. Ela é a instituição do mundo que mais faz obra social e caridade no mundo, dizem as pesquisas.

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