segunda-feira, 16 de setembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “A fé do povo de Deus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
(Ao fundo o sempre estimado missionário redentorista
PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO!)
1933. O povo não erra na fé 
A fé é um dom de Deus oferecido a todos. É, como a caridade e a esperança, uma virtude teologal, isto é, tem Deus como autor. A nós cabe aceitar a proposta de Deus e ser dotado dessa dimensão fundamental da vida que vai gerar em nós tudo que se refere ao espiritual. Sem fé é impossível a vida cristã e as obras da fé. Com a caridade estamos unidos ao amor de Deus em Cristo. Com a esperança vivemos já, o que esperamos. O Céu começa aqui. A fé, como dom a todo povo, faz é um critério para a Igreja. O povo não é um rebanho silencioso, mas também guarda e regra, com os demais critérios, dessa fé. O Catecismo da Igreja Católica, explicando o sentido sobrenatural da fé diz: “Todos os fiéis participam da compreensão e da transmissão da verdade revelada. Receberam a unção do Espírito Santo que os instrui e os conduz à verdade na sua totalidade” (CIC 91 – 1Jo 2,20.27). Por isso, temos o que é importante: “O conjunto dos fiéis... não pode enganar-se no ato de fé” (Id 92). A Igreja não pode errar, pois tem também a garantia da fé do povo. Quando alguém ou um grupo deixa a fé católica - “perde a fé” – ele não é mais critério. Quem tem a fé está apoiado na Escritura, na Tradição, no ensinamento dos Mestres da fé e também, como veremos, sustentado pelo Magistério da Igreja. É o conjunto das regras de fé que garante. “Por esse senso da fé, promovido e sustentado pelo Espírito da verdade o povo de Deus... adere sem erro à fé... penetra-a mais profundamente e mais plenamente a aplica na vida” (Id. 92). Como a Escritura foi escrita no meio do povo, no meio do povo é compreendida. Ninguém age sozinho. Já é um erro pensar assim. Ninguém é dono pessoal da fé. 
1394. Crescimento da fé 
O povo de Deus é mestre na fé. Foi no meio desse povo que a Palavra de Deus foi recolhida no livro santo e conservada sob a direção dos pastores. Antes do livro já havia a fé do povo transmitida pelos apóstolos e discernida por seus sucessores. Os muitos anos de pregação dos apóstolos puderam sedimentar os ensinamentos de Jesus. A fé ajudou a comunidade a discernir o que era Palavra de Deus e o que eram palavras dos homens. Temos assim o Novo Testamento. João encerra a revelação. Depois vem o lento trabalho de compreensão e aprofundamento das verdades da Palavra e o desenvolvimento da compreensão. São séculos de estudos e vivências que trouxeram a clareza, guiada pelo Espírito, para explicar tudo o que a Palavra nos ensinou. Não vamos acrescentar verdades novas, mas compreender sempre mais profundamente o depósito da fé. A Bíblia não foi escrita em pedra, mas primeiro nos corações dos fiéis. O Catecismo ensina: “Graças à assistência do Espírito Santo, a compreensão tanto das realidades, quanto das palavras do depósito da fé pode crescer na Igreja” através da contemplação e do estudo, da compreensão dos fiéis e da pregação (CIC 94).
1395. Unidos na fé
A fé do povo de Deus, por vontade de Cristo, é confiada aos pastores, unidos ao Papa, que com seu ministério interpretam legitimamente a Palavra de Deus. Não podemos perder de vista que “a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério de Igreja estão de tão modo entrelaçados e unidos, que um não tem consistência sem o outro, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo contribui eficazmente para a salvação das almas” (CIC 94). Pelos ensinamentos vemos que temos que estar unidos na fé como povo de Deus, para que se torne mais viva e mais clara a Palavra de Deus.

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