sexta-feira, 16 de agosto de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “O tempo do Espírito”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
1894. Renovareis a face da terra 
A celebração de Pentecostes nos leva a pensar na ação do Espírito Santo em nossa vida, na vida da Igreja e do mundo. Vivemos a Graça que é a nossa participação na vida de Deus e sua ação em nós. Esta ação santificadora é atribuída ao Espírito Santo. Encerradas a festas pascais e o Tempo Pascal, entramos no Tempo comum que vai até o Tempo do Advento, preparando o Natal. Não é um tempo vazio sem atividades especiais. É o tempo do Espírito, tempo de levar a efeito o dom da Redenção e com ele transformar nosso coração e o mundo. Pode parecer uma ousadia querer transformar o mundo. Mas Deus é maior que nossos pensamentos e age, mesmo que não percebamos. Por isso insistimos em rezar invocando o Espírito Santo com a oração “Vinde Espírito Santo, enchei o coração de vossos fieis e acendei neles o fogo de vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado. E renovareis a face da terra”. Cremos na ação do Espírito e na transformação do mundo por sua ação. Os tempos de Deus não correspondem aos nossos relógios. Quanto mais pudermos fazer pelo mundo, mais teremos que fazer, pois o Espírito é criador. Sempre nos traz um mundo novo a construir. Espírito, que é amor, tem infinitos dons. O amor não tem esquemas nem prisões. Jesus O compara ao vento que sopra onde quer (Jo 3,8). Não há nada de estático no relacionamento da Trindade, nada de estático na vivência cristã. Quando paramos, retrocedemos. Os santos sempre procuraram mais e melhor o serviço de Deus pelo povo. Uma vez encontrei um padre bem idoso preocupado com o que deveria fazer para os jovens de sua paróquia. Só de pároco tinha cinquenta anos. 
1895. Nós e o Espírito Santo decidimos 
É forte a palavra de Pedro quando tomaram decisões fundamentais para a Igreja nascente: “Porque decidimos o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além destas coisas indispensáveis” (At 15,28). De onde Pedro tira a afirmação tão forte a ponto de fazer-se em pé de igualdade com Espírito Santo nas decisões? Como se sente fazendo a vontade de Deus, sente que Deus une nossa vontade à sua. É o que chamamos de uniformidade com a vontade de Deus. Quero o que Deus quer, por isso quando queremos algo, Deus o quer também, como nos ensina S. Afonso de Liguori. Do mesmo modo podemos ter certeza que tomamos decisões seguras por estarmos em sintonia com Deus. Não se trata de tentar Deus levando-O a fazer o que queremos, mas porque fazemos o que Ele quer, podemos dizer que é a sua vontade e a nossa que trabalham estão unidas. Esse é um dado forte da espiritualidade: a busca constante da vontade de Deus. Ela não nos diminui como pessoas, mas nos fortalece e nos dá tranquilidade no que fazemos. Dá força nas dificuldades e persistência nos absurdos da vida. 
1896. Ele ressuscitará vossos corpos 
O Espírito age em nós para nos ressuscitar como ressuscitou Jesus. Esta é sua meta. “E, se o Espírito daquele que ressuscitou dos mortos a Jesus habita em vós, Aquele que ressuscitou dos mortos a Cristo Jesus, igualmente vos dará vida a seus corpos mortais, por intermédio do seu Espírito que habita em vós (Rm 8,11). Ele dará vida a nossos corpos mortais. Como Jesus não foi abandonado no sepulcro, também nós receberemos o mesmo dom de vida. Pelo fato de termos o Espírito Santo estamos seguros da vida eterna. O Pai ressuscitou Jesus pelo Espírito Santo. O mesmo fará conosco. Por isso podemos ter garantia da vida futura. Vivemos com o Espírito. Ele não nos abandonará na passagem da morte. Ela parece tão dolorosa, mas com Ele, se torna um nascimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário