Mildred foi uma abadessa do mosteiro Minster-in-Thanet em Kent (sudeste da Inglaterra), um dos conventos mais ricos da Inglaterra anglo-saxã. (Minster, que deriva de monasterium em latim, foi o termo Inglês Antigo para praticamente qualquer instituição eclesiástica, e não distingue claramente entre conventos e mosteiros, ou conventos e igrejas.) Há inúmeros textos sobre a Vitae de Santa Mildred, com análises detalhadas de David Rollason em A Legenda de Mildred: um estudo da hagiografia medieval na Inglaterra (Leicester: Universidade de Leicester Imprensa 1982) e de Stephanie Hollis, A História da Fundação de Minster-in-Thanet, Inglaterra anglo-saxã, 27 (1998).
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A sequência de textos sobre Mildred é particularmente importante porque a versão mais antiga, agora perdida, parece ter sido composta no início do século VIII. Além disso, Hollis argumentou que o texto original apresenta as tradições das mulheres que viviam em Minster-in-Thanet, em vez das tradições monásticas masculinas que normalmente aparecem em outros textos. O início da Igreja anglo-saxã parece ter se caracterizado por dar mais destaque às mulheres do que mais tarde e os textos sobre Mildred fornecem uma visão útil de como isto se dava. O primeiro e o principal texto, uma versão relativamente simples e completa, é uma abreviação no Inglês Antigo da legenda original de Mildred que foi perdida (ou talvez uma versão independente com base nas mesmas tradições), conhecida como Tha Halgan ("Os Santos"), ou a Legenda Real de Kent, que talvez tenha sido composta em Kent (o se pode deduzir por no texto aparecer a palavra sulung distintamente da região de Kent), entre 725 e 974. * Mildrith, também conhecida como Mildthryth, Mildryth ou Mildred era a filha do rei Merewalh de Magonsaete, um sub-reino de Mércia, e de Santa Eormenburga, filha do rei Etelberto de Kent e, como tal, personagem das Legendas Reais de Kent. Suas irmãs, Milburga e Mildgytha também foram canonizadas. Goscelin, se baseando numa história agora considerada perdida dos governantes do reino de Kent, escreveu uma hagiografia sobre Mildred. A família materna de Mildred possui laços íntimos com os monarcas Merovíngios de Gaul, e acredita-se que Mildred tenha sido educada na prestigiosa Abadia de Chelles. Ela entrou na abadia de Minster-in-Thanet, a qual sua mãe havia estabelecido, e da qual se tornou abadessa em 694. Acredita-se que seus laços com Gaul foram mantidos, já que existe uma série de dedicações a Mildred em Pas-de-Calais, incluindo em Millam. Mildred morreu provavelmente em 716 (ou 733), em Minster-in-Thanet e foi enterrada lá. Seus restos mortais foram transferidos para a Abadia de Santo Agostinho, na Cantuária, em 1030; a data é comemorada em 18 de maio. Mildred parece ter sido substituída na função de abadessa por Edburga de Minster-in-Thanet, correspondente de São Bonifácio. Santa Mildred é celebrada no dia 13 de julho. Etimologia: Mildred, do alemão antigo Miltr(a)aud: (milti) “graciosa, risonha” e (trud) “amável, afetuosa, familiar”. * A Abadia de Minster-in-Thanet é o coração de Thanet. Em 597, o Papa S. Gregório Magno enviou para ali Santo Agostinho da Cantuária, que iniciou sua missão de evangelização do povo anglo-saxão. Alguns anos depois de sua chegada à Thanet, a Cristandade já havia se espalhado por toda a região da Inglaterra e a vida monástica começou a florescer. Minster-in-Thanet foi uma das primeiras fundações monásticas. O mosteiro foi construído no ano de 670 d.C. pela mãe de Santa Mildred, que foi a segunda abadessa do mosteiro. Santa Mildred era uma das mais amadas Santas anglo-saxãs e é a padroeira de Thanet. Durante o período em que foi abadessa, a igreja do mosteiro era dedicada aos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. O mosteiro foi atacado inúmeras vezes e provavelmente destruído durante as invasões viking nos séculos 9 e 10. Escavações dos anos 1930 descobriram as fundações de seus edifícios. A história da fundação da Abadia de Minster-in-Thanet está bem documentada nas antigas crônicas e atestada por vários capítulos da Legenda dos Reis de Kent. Em 1027 a propriedade foi dada à Abadia de Santo Agostinho e o mosteiro foi reconstruído. A Ala Saxã, a mais antiga das partes da abadia, com uma pequena capela, ainda está em uso pela comunidade atual. Os monges logo assumiram a vida de oração e reedificaram a igreja do mosteiro bem como a igreja paroquial, que se tornou conhecida como a catedral. Por muitos anos os monges serviram de sacerdotes na paróquia de Thanet. Com os habitantes da região, os monges tornaram as terras agriculturáveis e construíram instalações para acomodar hóspedes e peregrinos que visitavam as relíquias de Santo Agostinho da Cantuária. A Abadia foi o lar dos monges por 500 anos. Na época de Henrique VIII, os monges foram obrigados a abandoná-la e a propriedade passou para mãos particulares. Em 1937, a comunidade beneditina católica de Santa Valburga, da Bavária, reestabeleceu a vida monástica da Abadia. Mais uma vez, ela se tornou local de oração e dedicação a Deus. Como nos dias de Santa Mildred, hospitalidade é um importante aspecto da vida monástica e uma forma de partilhar as ricas heranças beneditinas. As irmãs têm uma Casa de Hóspedes que fica no local do antigo mosteiro. A Abadia atrai centenas de visitantes todo ano. Embora seja um monumento antigo, é também o local de uma comunidade viva. Alguns vão à Abadia por motivos históricos, outros por perspectivas arqueológicas. Mas vários vão para encontrar a paz e para rezar na capela, desfrutando da sacralidade de um local aonde a adoração a Deus vêm sendo cantada por muitos séculos.
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A sequência de textos sobre Mildred é particularmente importante porque a versão mais antiga, agora perdida, parece ter sido composta no início do século VIII. Além disso, Hollis argumentou que o texto original apresenta as tradições das mulheres que viviam em Minster-in-Thanet, em vez das tradições monásticas masculinas que normalmente aparecem em outros textos. O início da Igreja anglo-saxã parece ter se caracterizado por dar mais destaque às mulheres do que mais tarde e os textos sobre Mildred fornecem uma visão útil de como isto se dava. O primeiro e o principal texto, uma versão relativamente simples e completa, é uma abreviação no Inglês Antigo da legenda original de Mildred que foi perdida (ou talvez uma versão independente com base nas mesmas tradições), conhecida como Tha Halgan ("Os Santos"), ou a Legenda Real de Kent, que talvez tenha sido composta em Kent (o se pode deduzir por no texto aparecer a palavra sulung distintamente da região de Kent), entre 725 e 974. * Mildrith, também conhecida como Mildthryth, Mildryth ou Mildred era a filha do rei Merewalh de Magonsaete, um sub-reino de Mércia, e de Santa Eormenburga, filha do rei Etelberto de Kent e, como tal, personagem das Legendas Reais de Kent. Suas irmãs, Milburga e Mildgytha também foram canonizadas. Goscelin, se baseando numa história agora considerada perdida dos governantes do reino de Kent, escreveu uma hagiografia sobre Mildred. A família materna de Mildred possui laços íntimos com os monarcas Merovíngios de Gaul, e acredita-se que Mildred tenha sido educada na prestigiosa Abadia de Chelles. Ela entrou na abadia de Minster-in-Thanet, a qual sua mãe havia estabelecido, e da qual se tornou abadessa em 694. Acredita-se que seus laços com Gaul foram mantidos, já que existe uma série de dedicações a Mildred em Pas-de-Calais, incluindo em Millam. Mildred morreu provavelmente em 716 (ou 733), em Minster-in-Thanet e foi enterrada lá. Seus restos mortais foram transferidos para a Abadia de Santo Agostinho, na Cantuária, em 1030; a data é comemorada em 18 de maio. Mildred parece ter sido substituída na função de abadessa por Edburga de Minster-in-Thanet, correspondente de São Bonifácio. Santa Mildred é celebrada no dia 13 de julho. Etimologia: Mildred, do alemão antigo Miltr(a)aud: (milti) “graciosa, risonha” e (trud) “amável, afetuosa, familiar”. * A Abadia de Minster-in-Thanet é o coração de Thanet. Em 597, o Papa S. Gregório Magno enviou para ali Santo Agostinho da Cantuária, que iniciou sua missão de evangelização do povo anglo-saxão. Alguns anos depois de sua chegada à Thanet, a Cristandade já havia se espalhado por toda a região da Inglaterra e a vida monástica começou a florescer. Minster-in-Thanet foi uma das primeiras fundações monásticas. O mosteiro foi construído no ano de 670 d.C. pela mãe de Santa Mildred, que foi a segunda abadessa do mosteiro. Santa Mildred era uma das mais amadas Santas anglo-saxãs e é a padroeira de Thanet. Durante o período em que foi abadessa, a igreja do mosteiro era dedicada aos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. O mosteiro foi atacado inúmeras vezes e provavelmente destruído durante as invasões viking nos séculos 9 e 10. Escavações dos anos 1930 descobriram as fundações de seus edifícios. A história da fundação da Abadia de Minster-in-Thanet está bem documentada nas antigas crônicas e atestada por vários capítulos da Legenda dos Reis de Kent. Em 1027 a propriedade foi dada à Abadia de Santo Agostinho e o mosteiro foi reconstruído. A Ala Saxã, a mais antiga das partes da abadia, com uma pequena capela, ainda está em uso pela comunidade atual. Os monges logo assumiram a vida de oração e reedificaram a igreja do mosteiro bem como a igreja paroquial, que se tornou conhecida como a catedral. Por muitos anos os monges serviram de sacerdotes na paróquia de Thanet. Com os habitantes da região, os monges tornaram as terras agriculturáveis e construíram instalações para acomodar hóspedes e peregrinos que visitavam as relíquias de Santo Agostinho da Cantuária. A Abadia foi o lar dos monges por 500 anos. Na época de Henrique VIII, os monges foram obrigados a abandoná-la e a propriedade passou para mãos particulares. Em 1937, a comunidade beneditina católica de Santa Valburga, da Bavária, reestabeleceu a vida monástica da Abadia. Mais uma vez, ela se tornou local de oração e dedicação a Deus. Como nos dias de Santa Mildred, hospitalidade é um importante aspecto da vida monástica e uma forma de partilhar as ricas heranças beneditinas. As irmãs têm uma Casa de Hóspedes que fica no local do antigo mosteiro. A Abadia atrai centenas de visitantes todo ano. Embora seja um monumento antigo, é também o local de uma comunidade viva. Alguns vão à Abadia por motivos históricos, outros por perspectivas arqueológicas. Mas vários vão para encontrar a paz e para rezar na capela, desfrutando da sacralidade de um local aonde a adoração a Deus vêm sendo cantada por muitos séculos.
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