terça-feira, 16 de julho de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “O pecado entrou no mundo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
A fruta atraente! 
Iniciamos a caminhada rumo à Páscoa. Na Quaresma, a partir do terceiro domingo, a temática é batismal. A Páscoa é o centro de toda vida da Igreja, pois nela celebramos a Morte e Ressurreição de Jesus, centro de nossa vida. Sempre, no primeiro domingo, meditamos sobre as tentações de Jesus e a tentação do homem. No segundo domingo, todos os anos, contemplaremos a transfiguração de Jesus. Nos três domingos seguintes temos os temas batismais. O caminho espiritual da Quaresma está explicitado na oração: “Possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa”. Lemos: Jesus está no deserto. Faminto e só, Jesus é presa fácil da tentação. O homem e a mulher, felizes no Paraíso, distraídos pela a riqueza que lhes é oferecida, buscam ter mais. São presas fáceis da tentação. Contudo, a realidade humana e cristã não termina na queda do pecado, mas na vitória de Cristo. Jesus é a redenção abundante. Por mais que o pecado tenha suas garras penetradas em nosso coração, a graça de Cristo é muito mais forte, pois venceu o mal. E nós somos vencedores Nele. A vida cristã não se modela pelo pecado, mas pela graça. Não vivemos para o pecado, mas para a graça. A vitória de Cristo é total. Basta fazermos nossa parte. A narrativa do pecado de Adão e Eva mostra o estado da graça como estar com Deus num paraíso e como o estado de pecado que nos despe da graça. Tentamos nos encobrir com frágeis folhas. O pecado não gera vida. “A fruta era atraente e desejável para os olhos para se alcançar o conhecimento” (Gn 2,6). Estamos no exterior. 
A tentação de todo homem 
Por que são três tentações e não duas, quatro ou dez? Nestas três propostas de Satanás estão condensadas todas as tendências do coração humano. E Jesus não estava isento delas. São elas: pão, poder e prazer. São João coloca em outros termos: concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e orgulho das riquezas. É o que domina o mundo: cobiça, orgulho e sensualidade. Isso está sempre presente em cada um de nós. O mistério do pecado está explícito nas atitudes humanas. Estas três tentações se manifestam em nossas atitudes. São sempre atitudes vazias, como disse Eva: “a fruta é agradável aos olhos e apta para adquirir conhecimento. Busca-se o vazio. A meta da prática quaresmal é superar a força desse mistério de pecado que nos circunda através do conhecimento de Jesus Cristo e levando uma vida santa. Esta é a nossa correspondência a todo amor manifestado na Paixão e Morte de Cristo. Quanto mais vida de comunidade tivermos, mais solidários formos, mais poderemos vencer todas estas tentações. 
Em Cristo nós vencemos 
Quais são as armas para vencer a tentação? O tempo quaresmal propõe a esmola, a oração e o jejum. Jesus diz que para vencer a ganância do pão e do possuir, deve-se ter fome da Palavra de Deus. Para vencer o orgulho é preciso a humildade de servir a Deus nos irmãos. Para vencer a fome de prazer é necessário prestar a Deus o culto amoroso da adoração. “Então o diabo deixou Jesus e os anjos se aproximaram e O serviram”. “Ele, tendo sofrido a tentação, é capaz de socorrer os que são tentados” (Hb 2,18). O exemplo dos santos é justamente este: dominar a tentação. Jesus põe-se ao lado dos tentados, para que sejam vencedores. O pecado é um mal, mas a graça é maior e mais proveitosa. A vitória de Jesus garante que podemos vencer sempre. Não há pecado que não poderemos vencer.

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