sábado, 20 de julho de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Dá-me também desta água”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Água da Vida 
O tempo da Quaresma nos instrui como preparar melhor a Páscoa do Senhor. Este mistério de Morte e Ressurreição de Jesus chega a cada cristão através do Batismo e de sua vivência de cada dia. Por isso, neste ano, temos um temário batismal para os três domingos que se seguem. Os evangelhos apresentam Jesus como Água Viva, como lemos no evangelho que nos fala da samaritana; no quarto domingo temos o fato do cego de nascença que Jesus cura. Ele é Luz; no quinto domingo temos a ressurreição de Lázaro, pois Jesus é Vida. Com estes três temas podemos seguir o caminho de preparação para renovar o ato de fé e a graça do Batismo. A água sempre teve muita importância na vida das pessoas. É a substância mãe da qual é criado o mundo, é fonte de vida e de purificação. O Dilúvio veio purificar o universo. No Evangelho a água é símbolo da ação do Espírito Santo. A água, fecundada pelo Espírito, é fonte de vida e mata a sede de vida eterna. Jesus diz à samaritana: “Quem beber desta água nunca mais terá sede” (Jo 4,13). Esse poço, à borda do qual Jesus estava sentado, traz memórias da história do povo. O poço estava na terra em que Jacó dera a seu filho José (Gn 33,18-20). Jesus abre agora uma fonte de água viva onde tantas gerações vieram buscar água. Jesus é a Água Viva, fonte aberta a todos. É o símbolo do Batismo que nos dá Jesus, Água Viva que sacia toda sede. 
Jesus é a Água Viva 
Ouvindo hoje o evangelho de João que nos fala do encontro com a samaritana, recordamos Jesus que vai ao mundo diferente sem fé e oferece a água viva, que é Ele próprio, para saciar toda sede e purificar de todos os males. Ter fé é acolher a pessoa de Jesus. Assim é o batismo: pelo símbolo da água e a profissão de fé acolhemos o Salvador e temos a vida nova nascida pela água e pelo Espírito Santo, como diz o rito do Batismo. A primeira leitura mostra-nos Moisés batendo na pedra para fazer brotar uma fonte de água abundante. Deus não abandona seu povo no deserto. Esta água explica a gratuidade das maravilhas de Deus. Esta gratuidade, como nos diz Paulo na carta aos Romanos, está na prova de amor de Deus que nos dá o Filho que morreu por nós quando ainda éramos pecadores. “Quando ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós” (Rm 5,8). 
O diálogo que salva 
Desta Palavra de Deus podemos tirar algumas conseqüências para nossa vida. O contato de Jesus com a samaritana leva-a a desejar a água viva. Jesus provoca-nos o desejo de estar com Ele e conversar com Ele. Podemos conversar com Ele. Depois deste contato conhecemo-nos a nós mesmos. Jesus torna-se um espelho de nossa realidade. A mulher disse: “Ele disse tudo quanto fiz”. Depois que se conhece Jesus, não há modo de não anunciá-lo: “Vinde ver o homem que disse tudo quanto eu tenho feito. Não será Ele o Cristo?” No caminho da Páscoa passamos pelo deserto onde Moisés bate o rochedo para dar água. O coração aberto pelo golpe da lança jorra água viva para saciar a sede do povo (Jo 19,34). Essa fonte de água que jorra do coração de Cristo, lembra o Batismo e o sangue lembra a Eucaristia, sacramentos pascais. O Apocalipse fala do rio de água da vida que saía do trono de Deus e do Cordeiro que dão fertilidade e remédio para curar as nações (Ap 22,1-2). Todos os sacramentos da Igreja nos fecundam, purificam e fortificam.

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