segunda-feira, 13 de maio de 2019

A JOVIALIDADE DOS EREMITAS

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
REDENTORISTA
As biografias dos antigos eremitas estão coalhadas de passagens que testemunham seu desprendimento, simplicidade de vida, descontração e jovialidade. 
O Abade Antão estava se recreando com seus irmãos numa grande liberdade, quando passou um caçador e escandalizou-se com isso. Antão tentou convencê-lo de que é preciso, de tempos em tempos, entreter-se com os irmãos, e fez uma comparação: 
-Ponha uma flecha no seu arco e retese-o. 
O caçador assim o fez. O ancião disse-lhe ainda: 
-Continue retesando. 
O caçador ainda obedeceu. O velho retomou: 
-Continue retesando mais um pouco. 
Aí o caçador respondeu: 
-Se eu retesar o meu arco além da medida, vou quebrá-lo. 
Frei Antão disse, arrematando e dando a lição: 
-Acontece o mesmo na obra do Senhor. Se exigirmos dos irmãos além da medida, eles vão quebrar também. É preciso pois, de tempos em tempos, condescender com eles, relaxar o espírito e entregar-se a distrações sadias. 
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Em outra ocasião alguns irmãos procuraram o Abade Antão, pedindo que lhes mostrasse o caminho da salvação. Então ele disse: 
-Se alguém lhe fere a face direita, ofereça-lhe também a esquerda. 
-Isso não podemos fazer — retrucaram. 
-Se não podem oferecer a outra face, pelo menos suportem que lhes batam numa face. 
-Nem isso podemos, responderam com veemência. 
-Se nem isso podem, não devolvam o mal, dando-lhes uma bofetada. 
-Nem sequer isso, atalharam.
Então o velho disse para o discípulo, ao lado, com uma ponta de ironia:
-Prepare-lhes um pouco de mingau, porque devem estar doentes... 
Santo Antão (+356) 
Iniciador da vida monástica.
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