PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
1741. História da Espiritualidade
A história da humanidade é uma escola para se aprender e melhorar a vida das pessoas. Bem documentada, ela nos oferece uma linha de conhecimento dos tempos passados. O risco que podemos ter é olharmos o passado a partir de nós e não deixarmos que ele fale através dos documentos. Não podemos jogar nossos conceitos sobre o passado. Na história da humanidade há outros campos que são estudados de modo particular, como por exemplo, a história da arquitetura, medicina e outros. Há também a história da espiritualidade. Dentro desta há a espiritualidade cristã, no caso, a católica romana e oriental. São poucos os trabalhos sobre essa área. São 2.000 anos de história, sem contar com as fontes do Antigo Testamento. Por que tratar esse tema? Se não virmos bem a história da espiritualidade não entendemos nem purificamos o momento que vivemos. É interessante seguir seu caminhar. Nele podemos conhecer certas atitudes espirituais que vivemos e que, às vezes não se justificam, porque eram coisas próprias de um tempo decorrentes de certas circunstâncias e condições do povo. A história da espiritualidade passa por dois caminhos: o caminho dos intelectuais, como os monges e eclesiásticos, e o caminho do povo. Como o povo estava fora da reflexão, criou seu próprio caminho que ainda predomina nas comunidades. Cada época dá sua contribuição. Algumas coisas permanecem e outras desaparecem. O que permanece é sempre bom para o povo?
1741. Onde está o povo?
Quando pude conhecer lugares históricos da humanidade, via fortalezas, muralhas, palácios, estátuas imponentes, castelos. A história apresenta os grandes reis, os generais, os heróis, as batalhas e os grandes impérios. A pergunta me vinha: “E o povo, onde estava? Como vivia e como morava e se sustentava? Se agora, com tanto progresso, temos tantas periferias e lugares abandonados. Imaginemos há séculos e milênios atrás. Os grandes líderes revolucionários se aproveitaram dessas situações e o povo foi usado. Os generais sobrevivem, os soldados vão para as frentes e ali ficam. Jesus anunciou o Evangelho a esse povo que era explorado. O povinho viu na pregação do Evangelho e nas comunidades a atenção de Deus para com Eles. Os grandes santos se preocuparam com o sofrimento do povo. Mesmo na espiritualidade podemos ver que há grandes nomes com profunda espiritualidade e mística. O povo se defendia com sua espiritualidade simples, às vezes supersticiosa, ou numa piedade vazia de conteúdo. A liturgia e a espiritualidade eram coisas do clero e dos monges. Os bons cristãos eram aqueles que imitavam os monges.
1743. Fazendo nossa história
Aconteceram muitas mudanças desde o século passado até agora. Nessas buscas aconteceu o Concílio Vaticano II que apresentou caminhos novos. Os que preferiam continuar sem o povo deixaram-no de lado. Esta gente foi vítima de muitos aproveitadores. A questão que devemos colocar é o papel do povo, sobretudo o povo simples no caminho do crescimento da espiritualidade. Se deixarmos o povo de lado do desenvolvimento pastoral e espiritual da Igreja, será mais um grupo que a Igreja perde. Acolher o povo é construir a partir dele, com sua participação. O povo ainda vive espiritualidade que preenche a sede de piedade, mas não fundamenta sua vida cristã. Os documentos de Puebla e Aparecida insistem que a devoção popular deve ser evangelizada, não destruída. Assim podemos abrir um futuro melhor. A evangelização vai tirar o que não é do evangelho nem da cultura. A meta é tirar a superstição.
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