sábado, 13 de abril de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “É Cristo que vive em mim”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
(Ao fundo, o missionário redentorista, estimado Padre Brandão)
Pecado e Graça 
A Palavra de Deus proclamada no 11º Domingo Comum nos coloca diante do pecado e da graça. Davi cometeu um grave pecado: além de adulterar, manda matar o marido da mulher que caiu na sua maldade. Deus o perdoou. O profeta dá a entender que foi perdoado, mesmo antes de ter reconhecido o erro. Mas ele manifesta seu arrependimento. No Evangelho encontramos a pecadora que traduz seu arrependimento, não com um pedido de perdão, mas mostrando amor. O arrependimento só acontece quando existe o amor. O fariseu não fora capaz de compreender a graça que estava em sua casa, pois não usou do amor nos gestos humanos da hospitalidade. A mulher superou a hospitalidade com a profundidade de um amor arrependido e aberto à graça. Todos nós podemos errar. Mas somente no amor deixaremos ver se nosso arrependimento é sincero. Por isso temos as palavras de Pedro: o amor cobre a multidão de pecados (1Pd 4,8). O forte amor da pecadora não busca perdão de pecados, mas o amor que perdoa. Assim devemos entender o sacramento do perdão como um banho de amor no amor correspondido, não como uma lavagem de consciência. Esse amor se caracteriza pela opção por Cristo como fundamento da vida. Paulo coloca nessa opção o sentido de sua vida. O pecado estará sempre por perto, como disse Deus a Caim: “O pecado está a sua porta. A você compete vencê-lo” (Gn 4,7). Seremos sempre pecadores, mesmo quando formos santos, pois à luz de Deus podemos ver melhor nossos males. A Prece Eucarística nº 5 nos leva a rezar: Somos povo santo e pecador
A força da graça 
Paulo na Carta aos Gálatas, conta por experiência, que a graça não está na prática exterior na Lei. O que salva é a fé em Jesus Cristo. A palavra lei compreendia também as tradições e ritos. Seriam bons se fossem feitos pela fé. Serão feitos na fé se fizermos como Paulo diz: “Fui pregado na cruz com Cristo” (Gl 2, 19). Não se trata de sofrimento, mas de sua capacidade de assumir Cristo na vida e passar a viver seus sentimentos e sua mentalidade. A força da graça de Cristo torna-se vida. O Apóstolo diz: “Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim. Esta minha vida presente na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e por mim se entregou. Eu não desprezo a graça de Deus” (Gl 2,20-21). Esta é a graça que acompanha na luta contra o pecado e todo mal. Vemos tantos desmandos no mundo. Tudo provém da falta da opção fundamental por Cristo. Mesmo nas fileiras da Igreja, o pecado acontece pela falta desse amor de entrega a Cristo, como fez a pecadora. Ela amou com totalidade. Ousou manifestar através do amor carinhoso. A fé e a graça não anulam a natureza. 
O pecado faz mal 
É chocante ver que a morte da criança foi o castigo ao pecado de Davi. O filho que morre pode significar para nós que o pecado faz mal não somente a nós, mas cria uma onda de morte. Não creio que Deus descontasse na criança. Mas nosso pecado destrói o mundo em que vivemos. Quantas pessoas sofrem no mundo por causa dos pecados de muitos. O sofrimento da terra igualmente vem por conta do pecado do homem como escreve Paulo aos Romanos (Rm 8,20-22). A graça faz bem. Os efeitos da graça são maiores e nos trazem os benefícios do imenso amor. O gesto da pecadora é uma lição para que cultivemos a ternura do amor. Era assim que Jesus amava.

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