A celebração da
Sagrada Família de Nazaré é um retrato de família. A Sagrada Família é descrita
não pelos fatos e situações, mas por suas virtudes. A descrição que a Palavra
de Deus faz para nós é o modelo a ser vivido. Não vamos ser iguais a ela, mas
vamos viver como ela. Era uma família normal que vivia na simplicidade. Os
evangelhos não tencionam só contar fatos, mas apresentar como os mistérios da
revelação são acessíveis a todos. Jesus, Homem-Deus, viveu as condições humanas
de seu tempo, onde viviam as outras pessoas e como elas viviam. Quando dizemos Sagrada
Família de Nazaré, temos em mente as três pessoas e deixamos de lado o mundo em
que viveram. O evangelho da festa diz: “Os pais de Jesus iam todos a Jerusalém,
para a festa da Páscoa. Quando ele completou 12 anos, subiram para a festa como
de costume” (Lc 2,41-42). A Santa Família não era um quadro de parede, mas
gente, como sua gente. Quando evangelho diz: “Não sabíeis que devo estar na
casa de meu Pai?” (Lc 2,49), está mostrando para a comunidade que Jesus tinha
também sua missão dada pelo Pai. Jesus era tão natural, diríamos, que os
cristãos poderiam pensar que não ia além daquilo. Maria, ao encontrá-Lo
pergunta: “por que dessa vez você agiu diferente?”. Não entenderam a resposta.
E Jesus continuou sua vida de obediência. “E crescia em sabedoria, estatura e
graça diante de Deus e diante dos homens” (Lc 2,52). A normalidade de Jesus
como homem é uma evangelização para as nossas famílias que podem viver
agradando a Deus em qualquer circunstância viverem. A família é um caminho
normal para Deus.
Viver como a S.
Família
A primeira leitura o livro do Eclesiástico mostra como se vive com
os idosos. Maria e José talvez não tenham sido idosos, mas não viviam sozinhos.
Seus avós talvez estivessem por ali. Viviam numa pequena comunidade de Nazaré com
tudo o que tem de belo e triste. Eram uma família normal como as outras. O
cuidado com os idosos é a chave do Céu. O quarto mandamento abre a lista dos
mandamentos do relacionamento com os outros. O cuidado com os idosos devia
fazer parte da vida de Nazaré. Obedecer a esse mandamento é condição para ser
perdoado por Deus e ser ouvido em suas orações. A família de Jesus não era
diferente das outras. E viviam juntos com os outros familiares. Viviam as
virtudes enumeradas na carta de Paulo aos Colossenses. Ele nos oferece uma
série de virtudes que são para todos e com toda a certeza já tinham sido
experimentadas e curtidas naquela casinha no relacionamento familiar:
misericórdia, bondade, humildade, paciência, mansidão, perdão, paz,
agradecimento, alegria, solicitude um para com o outro, obediência etc… A
Palavra de Deus anima essas virtudes. Por que não fazemos a experiência de
viver esse modo de vida e depois dizer qual é o melhor
As dores de Nazaré
A família passou
por problemas. E não foram poucos. A perda de Jesus na viagem de volta para
Nazaré e as angústias que viveram mostram sua condição humana que é sempre
cercada de sofrimentos, às vezes incompreensíveis. São fruto da fragilidade
humana ou do pecado que nos cerca e envolve. Não se pode dizer “por que Deus
fez isso comigo?”. É importante perguntar: “Como vou viver com Deus nessa
situação?”. Não podemos viver de milagres. O maior milagre é viver bem na
situação em que vivemos. Assim viveu Jesus, Maria e José: na simplicidade
souberam educar o Filho de Deus
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