PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA - REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Jesus estava
sempre caminhando e encontrando as pessoas. O evangelho nos apresenta uma cena
muito bonita desses encontros: “Quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém
correndo e ajoelhou-se diante Dele e perguntou: ‘Bom Mestre, o que devo fazer
para ganhar a vida eterna?”’. O bom homem tinha o desejo de garantir sua vida
eterna. Ele reconhece em Jesus a Bondade, o Deus que é bom, por isso pede a
garantia de que está no caminho certo. Estabelece-se o diálogo. Jesus lhe
apresenta os sete mandamentos que se referem ao próximo. Respondendo, diz que
os pratica desde a juventude. Jesus olhou para ele com amor. É uma característica
forte de Jesus: manifestar que ama. Por amar apresenta seu caminho de vida: “Só
uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro
no céu. Depois vem e segue-me”. Jesus tinha apresentado os mandamentos dos
relacionados ao próximo. Como continuação do caminho da vida eterna ensina que
há mais três mandamentos, os que se referem a Deus: “amar a Deus, santificar
seu nome e prestar-lhe o culto devido”. Mesmo tendo cumprido todos os
mandamentos para com o próximo, temos ainda os três outros que são a perfeição
do amor. Deus quer tudo de cada um,
sem reserva. A vida eterna compreende a prática externa que tem como fonte o
relacionamento com Deus. Essa totalidade vai penetrar também nas atitudes
relativas aos bens materiais. Eles são bons, mas são a tentação para “mudar de
deus”. É a grande tentação que acompanha nossa vida. Por aí se entende a frase
de Jesus: “Vai vende tudo o que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu.
Depois vem e, segue-me”. Seguir Jesus significa aceitar a cruz e o modo de vida
vivido por Jesus. Os apóstolos tomaram essa decisão: “Pedro, então começou a
dizer-Lhe: ‘Nós deixamos tudo e Te seguimos”’ (Mc 10,
28).
Receberá cem
vezes mais
Respondendo a
Pedro Jesus diz: “Quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos,
campo por causa de mim e do evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante a
vida em casa, irmãos, mães filhos e campos - com perseguições – e, no mundo
futuro, a vida eterna” (Mc 10,29-30). Deixar tudo
por Jesus, não é uma perda, mas um ganho cem vezes maior. O que o bom homem não
entendeu foi que Jesus não tira o que temos, multiplica. Pode mudar o modo, mas
será sempre mais. A perseguição é o resultado da união a sua pessoa. Ela também
é multiplicadora. A liberdade de seguir importa passar pelo que Jesus passou.
Os mártires são a prova desta riqueza. O rico tem dificuldade de entrar no
Reino de Deus porque não vê a riqueza maior. Os bens podem ser empecilho, pois
desviam do fundamental. Por isso rezamos: “Saciai-nos com vosso amor” (Sl
89) .
Dai-me a
sabedoria
Deixar não se
mede pela quantidade, na totalidade da entrega. Isso compreenderemos se tivermos
Sabedoria. Só o Espírito é capaz de nos fazer compreender a riqueza em ter
tudo, mesmo não tendo nada. Essa é a sabedoria que vale mais que tudo. Ela é a
verdadeira fonte dos bens: “Todos os bens me vieram com ela, pois uma riqueza
incalculável está em suas mãos” (Sb 7,12). Essa
sabedoria, no ensinamento da carta aos Hebreus, é “a Palavra de Deus que é viva
e eficaz” (Hb 4,12). A Palavra de Deus é a Sabedoria
de Deus que nos é comunicada e nos ensina a fazer o bem no seguimento de Jesus.
Por isso rezamos: “que estejamos sempre “atentos ao bem que devemos fazer” (Oração). Ela abre todos
os caminhos. Assim será fácil fazer passar o camelo no fundo da agulha.
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