PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO 43 ANOS SACERDOTE |
Ao lado da celebração de Todos os Santos comemoramos a memória de
todos os mortos. É momento de uma tristeza serena e de refletir sobre a na verdade
da vida. Rezar pelos mortos já é uma tradição do Antigo Testamento como lemos
no Segundo Livro dos Macabeus (2Mc 12,38-45). Já devia ser uma tradição. Nas catacumbas temos
muitos testemunhos dessa prática de fazer oração pelos mortos. S. Mônica, mãe
de Santo Agostinho, nos momentos finais de sua vida pediu a seus filhos que se
lembrassem dela no altar do Senhor. Já era uma tradição na Igreja. A Igreja
sempre rezou pelos mortos. Continuemos! Um dia vamos precisar de oração. A
própria celebração de Finados, levando flores, acendendo velas e visitando um
cemitério, é uma demonstração do valor dessa oração e dessa união que temos no
Corpo Místico de Cristo. Rezamos por sua purificação. Ao terminar a vida, nem
sempre estaremos com o coração puro. Aqui fazemos nossa maior caridade: a
oração que sustenta e alimenta nossa vida e purifica nossos pecados. Somos um
corpo e todos participam dessa purificação. A vida um dia termina. Por que
então visitar os cemitérios, lembrar os mortos, se tudo acabou? Os cemitérios
são o maior testemunho da vida que continua. Temos algo mais que a vida
terrena: a vida eterna. Temos o costume de encomendar missas pelos mortos,
sobretudo nas datas importantes de sétimo dia, trigésimo dia e um ano de
falecimento. Contudo, em todas as missas rezamos por todos falecidos. Muitos
gostam que seja citado o nome. É como que uma presença da pessoa que, por
sinal, não desapareceu, mas está presente espiritualmente, pois a Eucaristia
une vivos e mortos.
1646.
Esperança da Ressurreição
A vida termina aqui, mas continua eterna. Há gente que ensina que a
vida acaba com a morte. Pelos seus atos demonstra que crê na eternidade. Aqui
encontramos a maravilha que Deus nos oferece: a ressurreição. Como isso vai
funcionar, sabemos pela fé. Como Jesus ressuscitou dos mortos, nós também
ressuscitaremos. Crer na ressurreição dos mortos é a melhor condição para viver
bem a vida que nos é dada. Vivemos já a vida eterna na medida em que vivemos
bem nossa vida, mesmo nos sofrimentos. Jesus não quer que nenhum de nós se
perca, e coloca nisso sua missão: “Não desci do Céu para fazer minha vontade,
mas a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que Ele
me deu, mas que os ressuscite no último dia” (Jo 6,39). Pela fé, temos a vida eterna.
Todos ressuscitarão. Celebrar Finados é fazer uma profissão de fé na
Ressurreição.
1647.
Ele transformará nosso corpo
Como vai acontecer nossa ressurreição? É bom lembrar que tudo que
acontecerá depois de nossa morte não nos é acessível a não ser através da Palavra
de Deus que tem também muita linguagem simbólica. Paulo nos explica sobre a
ressurreição em diversos lugares. No texto da liturgia de hoje lemos que nossa
pátria é o Céu: “Somos cidadãos do Céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o
Senhor Jesus”. Nossa ligação com a Vida Eterna se dá em Jesus. “Ele
transformará nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo
glorioso” (Fl 3,20-21).
A transformação não elimina o que somos em nossa condição corpórea. Ela será
transformada em uma condição espiritual. Nosso corpo é transformado. Não é
deixada uma casca e solta o espírito, nossa alma. Seremos nós mesmos. A
identidade pessoal não é modificada, mas levada à outra condição na qual é o
espiritual que conduzirá nosso corpo. Seremos semelhantes a Cristo, como nos
foi mostrado na Transfiguração.
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