Amar
é viver o relacionamento que o Pai tem com o Filho no Espírito. É a identidade
de Deus, pois Deus é amor. Esse amor Ele comunicou a nós quando nos entregou
seu Filho. Nós temos o amor erótico (eros) no qual dominam os sentidos. Temos
amor amizade (filia) que está presente em nossos relacionamentos. O amor que há
Deus é ágape. Vivendo esse amor vivemos mais intensamente e com mais
proveito e por mais tempo que o amor erótico e o
amor de amizade. Celebramos a Páscoa de Jesus em sua Morte, Ressurreição e
Glorificação. Com o início do tempo do Espírito, a Palavra de Deus proclamada
anuncia que o amor é o conteúdo do ensinamento de Jesus. Sua vinda ao mundo foi
motivada não por nossa necessidade, mas porque o Pai amou primeiro: “Nisto
consiste o amor de Deus entre nós: “Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo
para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: Não fomos nós que amamos a
Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou-nos o seu Filho como vítima de
reparação por nossos pecados” (1Jo 4,9-10). O amor de Deus veio primeiro porque Deus é fonte
do amor. Quem ama nasceu de Deus, pois Deus é amor (7). O Filho ama como o Pai O ama. O amor que
nos transmite e ensina a viver, Ele o aprendeu do Pai. Quando amamos como Deus
ama, nosso amor é Divino, mesmo sendo o amor carnal e o amor de amizade. Jesus
manda que permaneçamos no seu amor, como Ele permanece no amor do Pai. O amor
que o Filho teve por nós é sua entrega de vida até a última gota de sangue e
até o último suspiro. O amor Divino é
aquele que se entrega e se põe a serviço de todos esperando uma única
recompensa: amar mais e até o extremo do amor, como Jesus (Jo 13,1). O que mais
ama é aquele que dá a vida: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua
vida pelos amigos” (Jo
5,13). Por esse amor entramos nos segredos de Jesus, pois somos seus
amigos (Jo 15,15).
O
amor aberto a todos
Jesus
enviou o Espírito para criar o novo mundo fundado na fraternidade aberta a
todos. Normalmente temos sede de conquistar pessoas para nossa Igreja e que ninguém
fuja, pois consideramos que ali está toda ação de Deus. Fora dela tudo é do
mal. Jesus não pensa assim, pois, Pedro, quando vai à casa do pagão Cornélio,
diz que “Deus não faz distinção de pessoas. Pelo contrário, aceita quem O teme
e pratica a justiça, qualquer seja a nação a que pertença (At 10,34-35). Não só
Pedro aceitou entrar à casa do pagão, como também o Espírito Santo veio sobre
os pagãos que ali estavam. Eles tiveram seu Pentecostes, como os judeus
convertidos. Jesus acolhe a todos pelo Espírito. Por isso o salmo aclama: “Os
confins do universo contemplaram a salvação de nosso Deus” (S. 97).
Corresponder
ao que celebramos
Nas
orações da liturgia deste sexto domingo suplicamos “que nossa vida corresponda aos
mistérios que recordamos” que são “o sacramento do amor de Deus”, pois o mistério de Cristo é expressão do amor de
Deus. É esse mistério que celebramos na Eucaristia. Deus quer que produzamos
frutos. O sacramento celebrado é o momento em que a Ressurreição de Cristo
produz os frutos em nós, infundindo a força do alimento salutar da Eucaristia.
Permanecer em Cristo, como o ramo está unido ao tronco é produzir frutos que
permaneçam (Jo 15,16).
O amor vivido é o mesmo amor celebrado. O mandamento do amor torna-se a fonte
da vida e caminho de celebração. É o amor que se torna comunhão com o Corpo de
Cristo e com os irmãos neste Corpo.
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