quarta-feira, 10 de outubro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Pregamos Cristo crucificado”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
Templo purificado
            Nessa Quaresma estamos voltados para a reflexão e a renovação da aliança com Deus. Vimos a aliança de Deus com Noé, com Abraão, agora com Moisés. E veremos a aliança no exílio e a aliança que vai ser impressa no coração, proclamada por Jeremias. Partimos da chamada aliança da terra, com Noé, e vamos para a terra de Deus que é o coração humano. No Antigo Testamento a aliança era celebrada no templo. Depois de purificar esse templo, Jesus proclama que a Nova Aliança vai ser celebrada em sua Pessoa e no templo do coração. O templo era o coração do povo de Israel. Os profetas criticavam o culto por, muitas vezes, ser exterior e voltado para a exploração e injustiça. Não correspondia à aliança que Deus fizera com seu povo. Jesus não somente faz a faxina no templo, mas apresenta a mudança: Não mais em um lugar, mas em sua Pessoa e no coração. Ele é o novo Templo. Por isso, a celebração em templos vem em segundo lugar. Os corações unido na comunidade formam o templo vivo. Os templos de barro, mármore ou ouro são a expressão da comunidade reunida. É um sinal. Por isso o primeiro empenho é construir a assembléia e, depois, uma casa propícia a essa celebração. Em todas as alianças Deus toma a iniciativa porque amou sempre. Por isso, sua vinda na encarnação é a expressão maior que Deus possa dar de Seu amor: “Deus tanto amou o mundo que lhe deu seu Filho único; todo aquele que Nele crer há de ter a vida eterna” (Jo 2.15). O núcleo e finalidade de toda aliança com Deus é manifestar seu amor levado ao extremo, a ponto de dar seu Filho à morte. Somente assumindo esse amor é que poderemos prestar o culto digno. Precisamos purificar as Igrejas que trazem o nome de cristãs. Jesus, de vez em quando faz uma purificação, não contra as pessoas, mas contra os males que se criam nessas Igrejas.
A lei do Senhor é perfeita
            A aliança de Deus com Moisés nos deu os mandamentos. Mais que leis, são a expressão da aliança e como vivê-la. Estamos acostumados a ver os dez mandamentos escritos em duas pranchas de pedra. Uma delas se refere a um só Deus ao qual devemos amar, respeitar e santificar o seu dia. Para os cristãos este é o dia da Ressurreição, que é a segunda criação. A outra prancha refere-se ao próximo: respeito e atenção aos pais, respeitar e cuidar da vida, respeito à propriedade, valorizar a sexualidade, respeito ao próximo, mesmo por pensamentos e controlar nossa cobiça. É a síntese da vida e da obrigação que temos de assumir para viver em plenitude. Os mandamentos não são proibições, mas indicações do caminho a seguir. A aliança no sangue de Cristo exige de nós uma vida de completa obediência para que se instaure o mundo novo, o paraíso que nasce da obediência do mandamento do amor que é a lei da Nova Aliança.
Tempo de graça e salvação
            Rezamos no prefácio da missa: “Para renovar, na santidade, o coração de vossos filhos, instituístes este tempo de graça e salvação”.  Essa conversão nos dá o caminho: libertar do egoísmo e das paixões desordenadas (desobediência aos mandamentos), para superarmos as coisas da terra. A graça do sacramento da Eucaristia nos transforma: “Saciados na terra com o pão do Céu, nós Vos pedimos a graça de manifestar em nossa vida o que o sacramento realizou em nós” (Pós-Comunhão). A celebração da aliança é fortalecida pelos sacramentos que recebemos e com a obediência à Palavra, como Jesus fazia.
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