sábado, 14 de julho de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Dai-lhes vos mesmos de comer”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
50 ASNO CONSAGRADO
Encheu-se de compaixão
                A compaixão de Jesus é expressão completa para compreender sua pessoa e missão. É também o modelo pastoral mais fecundo para assumirmos a missão que nos dá. O milagre da multiplicação exprime essa realidade. Deus no Antigo Testamento revela-se como misericórdia e compaixão. Isaias escreve para confortar o povo que sofria necessidades quando voltou à terra de Israel depois do exílio. Havia dificuldades e desesperança. Ensina que Deus vai manter as promessas feitas a Davi. Mais que um bem material, o profeta indica o Senhor como solução: “Inclinai vosso ouvido e vinde a Mim, ouvi e tereis vida” (Is 55,3). Jesus encontra a mesma situação. O povo O procurava porque tinha profunda necessidade de vida e tinha sede de Deus. O milagre da multiplicação é sinal da redenção que é para todos e em abundância. A compaixão era experiência que o povo tinha de Deus. Assim rezamos no salmo: “Misericórdia e piedade é o Senhor, Ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos; sua ternura abraça toda criatura... Vós lhes dais no tempo certo o alimento; abris a mão prodigamente e saciais todo ser vivo com fatura (Sl 144,8-9.15-16). Jesus, ao dizer dai-lhes vós mesmos de comer, está nos entregando uma missão. Deus fará milagres através dos que são movidos pela mesma compaixão. Compaixão não é sinônimo de sentimento de dó, mas é a atitude que resolva a situação. A parábola do bom samaritano que deu assistência completa ao homem é realizada por Jesus que é o samaritano que assumiu nossas dores. Os que esperam em Deus terão solucionadas suas questões quando encontrarem os que vivem o Evangelho de Jesus. O homem atual pode morrer de fome vivendo na saciedade porque não tem a fome de Deus nem a compaixão pelos que sofrem. Dar esmola para acalmar a consciência e ser ver livre, não é o projeto da compaixão de Jesus. Não é caridade. É preciso ir à solução.
Todos em Vós esperam
               A celebração de hoje é um grito de angústia. Deus é resposta. Ele não é um quebra galhos. Jesus é a resposta de Deus a essa dor. Fomos colocados, pela fé em Jesus, como resposta às necessidades de bilhões de pessoas. Há muito sofrimento por todo lado. Infelizmente fechamos os ouvidos com nossas pequenas coisas. A partir do momento em que assumirmos a fé, “nada será capaz de nos separar do amor de Deus por nós, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8, 9). A Palavra de Deus será o guia para irmos além da pura ação social para seguir o projeto de Jesus, como lemos na aclamação ao Evangelho: “O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,4b). Não será com grandes projetos que daremos a solução, mas com gestos que nascem do amor a Cristo. Não basta a fé, é preciso o amor que a justifique.
Nada no separará do amor de Cristo
               Como na parábola do semeador, colocamos muitos empecilhos à germinação da Palavra em nós. Quem entregou sua vida ao Cristo e seu Evangelho, tem a capacidade de fazer grandes coisas pelo Reino. A grandeza se mede pelo amor que temos. Os pequenos gestos são como os pequenos grãos que fazem as montanhas. A força será maior quando unidos em comunidade caminhamos na mesma direção. Não se trata de grandes realizações, mas da união de todos no amor de Cristo que supera todo obstáculo e suporta as adversidades. Ao celebrarmos a Eucaristia realizamos essa verdade. Orientados pela Palavra construímos a união com nossos pequenos gestos. O Reino de Deus cresce.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário