domingo, 1 de julho de 2018

DESCONTOU AO PÉ DA LETRA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO
REDENTORISTA
VICE-POSTULADOR DA CAUSA
VENERÁVEL PADRE PELÁGIO SAUTER
REDENTORISTA
Cansados de peregrinar, dois frades capuchinhos pararam numa pensão de beira de estrada a fim de comer alguma coisa e passar a noite. Coincidiu de assentar-se à mesma mesa um vendedor ambulante, aliás, muito ladino e avarento. Devido à pobreza da pensão, o único prato foi um franguinho assado. O mascate ouvira, sem saber onde nem quando, que os capuchinhos não comem carne em determinados dias. Marotamente perguntou: 
-Se estou bem informado, vocês não podem comer carne num dia como hoje... 
Cortando a resposta que os frades queriam dar, que nas viagens estão dispensados, gulosamente se apoderou do franguinho e o devorou. Os frades, com água na boca, tiveram de contentar-se com algumas ervas. E foram dormir. No dia seguinte prosseguiram viagem. Caminhando sempre, chegaram às margens de um ribeirão. Não havia nem ponte nem barca. O jeito era tirar as botinas e atravessar a pé. Mas o mascate, sempre aproveitador, pediu: 
-Vocês já estão de tamancos. Poderiam carregar-me nas costas. 
Um dos frades entregou os tamancos ao colega, abaixou-se, e o marmanjo se escanchou no seu pescoço. Só faltou pedir também o chicote. A travessia começou. Era surpreendente a paciência e a humildade do frade. Dava até para desconfiar de tanta calma. Dito e feito. Quando chegaram ao meio do ribeirão, o frade se lembrou das Santas Regras do Pai São Francisco que proibiam levar dinheiro consigo. Erguendo a cabeça e chamando o mascate, perguntou: 
-Você vai carregando dinheiro? 
-Onde se viu um comerciante que se preza andar sem dinheiro?... 
-Lamento muito. Nossas Santas Regras proíbem carregar dinheiro. Por isso... 
Antes que o mascate retrucasse, despejou-o na água.
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