quinta-feira, 15 de março de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Do Senhor vem o socorro”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
Insistência na oração
               Ao ver Jesus contar as parábolas dando seus ensinamentos, temos por certo que são textos autobiográficos. Ele está a dizer: assim como Eu sou e como Eu vivo, proponho que vivam do mesmo modo. Jesus se faz insistente em sua oração ininterrupta diante do Pai. Na parábola, Jesus quer ensinar a necessidade de rezar sempre e nunca desistir (Lc 18,1). Conta, então, a parábola da velhinha insistente que vence o juiz insolente pelo cansaço. A comparação de Jesus quer mostrar que Deus “fará logo justiça a seus escolhidos, que dia e noite gritam por Ele... e fará justiça bem depressa” (7-8). Jesus sabe também que o Pai é seu socorro. E será socorro dos necessitados. O ensinamento sobre a oração é a necessidade de insistir. Oração, diz Beato Charles de Foucauld, não é dizer muitas coisas, mas muitas vezes a mesma coisa. É para cansar Deus, em nossa linguagem. O Senhor sabe do que precisamos, mas quer que sejamos constantes porque assim estará mais em contato conosco. Para rezar é preciso uma fé forte e resistente nas “demoras de Deus”(Eclo 2,3). Por isso a recomendação de ser persistente. Deus ouvirá mais depressa que podemos pensar. Há que se contar também com a resposta de Deus que é sempre maior que nosso pedido, pois Ele sabe do que necessitamos, mesmo antes de Lho pedirmos (Mt 6,8). É de certeza absoluta que Deus ouve nossos pedidos, mesmo nas coisas simples da vida. Como Pai, entende a conversa dos filhos pequenos. Mesmo quando pedimos coisas materiais, estamos demonstrando que até no material queremos depender Dele. Sabemos que Dele vem o socorro, por isso podemos levantar os olhos para o alto. Ele não deixa tropeçarem nossos pés (Sl 120).
De braços abertos ao alto
               A cena de Moisés de braços abertos ao alto em contínua súplica a Deus, revela para nós o sentido de Cristo de braços abertos na cruz, em súplica permanente a Deus pelo seu povo. Ele reza por nós. Ele é nosso mediador e intercessor diante de Deus Pai (Hb 7,25). Jesus teme pelo futuro da fé por causa da falta de oração: “Quando vier, será que vai encontrar fé sobre a terra?” (Lc 18,8). Temos o mandamento de orar sem cessar (1Ts 5,17). A Igreja organizou a vivência deste mandamento através da oração litúrgica, sobretudo da Eucaristia que é a oração privilegiada da Igreja. Nela reza o próprio autor e sustentador da oração. Nela temos braços erguidos e “corações no alto”. Temos, nas catacumbas, a figura da orante de braços abertos ao alto. É a imagem da Igreja orante.
A Escritura alimenta a oração
               Paulo insiste na necessidade da Palavra de Deus. Timóteo, desde criança, conhece as Escrituras. “Ela tem o poder de comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm, 3,15). A Palavra não é uma palavra qualquer, pois é inspirada por Deus e tem força para ensinar, argumentar, corrigir e educar para o aperfeiçoamento. Por isso insiste que se proclame a Palavra (2Tm 4,2). Ela é também oração. Por ela rezamos a Deus e por ela ouvimos a Deus. Ela é o caminho da oração, A Palavra, de modo particular nos salmos, tem tudo para a oração cristã. Ela percorre todos os sentimentos e possui todo ensinamento. Uma das missões da Igreja é ensinar a rezar. Rezamos pouco e mal. Não se trata de citar textos da bíblia ou ler orações, mas de buscar nela nosso relacionamento com Deus. A catequese atual, graças a Deus, tem um de seus pilares na Palavra. É oportuno, para melhorar nossa oração, buscar mais a Palavra de Deus, pois é fonte para a oração.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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