PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO |
Insistência
na oração
Ao
ver Jesus contar as parábolas dando seus ensinamentos, temos por certo que são textos
autobiográficos. Ele está a dizer: assim como Eu sou e como Eu vivo, proponho que
vivam do mesmo modo. Jesus se faz insistente em sua oração ininterrupta diante
do Pai. Na parábola, Jesus quer ensinar a necessidade de rezar sempre e nunca
desistir (Lc 18,1).
Conta, então, a parábola da velhinha insistente que vence o juiz insolente pelo
cansaço. A comparação de Jesus quer mostrar que Deus “fará logo justiça a seus
escolhidos, que dia e noite gritam por Ele... e fará justiça bem depressa” (7-8). Jesus sabe
também que o Pai é seu socorro. E será socorro dos necessitados. O ensinamento sobre
a oração é a necessidade de insistir. Oração, diz Beato Charles de Foucauld,
não é dizer muitas coisas, mas muitas vezes a mesma coisa. É para cansar Deus,
em nossa linguagem. O Senhor sabe do que precisamos, mas quer que sejamos
constantes porque assim estará mais em contato conosco. Para rezar é preciso
uma fé forte e resistente nas “demoras de Deus”(Eclo 2,3). Por isso a recomendação de ser
persistente. Deus ouvirá mais depressa que podemos pensar. Há que se contar também
com a resposta de Deus que é sempre maior que nosso pedido, pois Ele sabe do
que necessitamos, mesmo antes de Lho pedirmos (Mt 6,8). É de certeza absoluta que Deus ouve
nossos pedidos, mesmo nas coisas simples da vida. Como Pai, entende a conversa
dos filhos pequenos. Mesmo quando pedimos coisas materiais, estamos
demonstrando que até no material queremos depender Dele. Sabemos que Dele vem o
socorro, por isso podemos levantar os olhos para o alto. Ele não deixa
tropeçarem nossos pés (Sl
120).
De
braços abertos ao alto
A
cena de Moisés de braços abertos ao alto em contínua súplica a Deus, revela
para nós o sentido de Cristo de braços abertos na cruz, em súplica permanente a
Deus pelo seu povo. Ele reza por nós. Ele é nosso mediador e intercessor diante
de Deus Pai (Hb 7,25).
Jesus teme pelo futuro da fé por causa da falta de oração: “Quando vier, será
que vai encontrar fé sobre a terra?” (Lc 18,8). Temos o mandamento de orar sem cessar (1Ts 5,17). A Igreja
organizou a vivência deste mandamento através da oração litúrgica, sobretudo da
Eucaristia que é a oração privilegiada da Igreja. Nela reza o próprio autor e
sustentador da oração. Nela temos braços erguidos e “corações no alto”. Temos,
nas catacumbas, a figura da orante de braços abertos ao alto. É a imagem da
Igreja orante.
A
Escritura alimenta a oração
Paulo
insiste na necessidade da Palavra de Deus. Timóteo, desde criança, conhece as
Escrituras. “Ela tem o poder de comunicar a sabedoria que conduz à salvação
pela fé em Cristo Jesus” (2Tm,
3,15). A Palavra não é uma palavra qualquer, pois é inspirada por Deus e
tem força para ensinar, argumentar, corrigir e educar para o aperfeiçoamento.
Por isso insiste que se proclame a Palavra (2Tm 4,2). Ela é também oração. Por ela
rezamos a Deus e por ela ouvimos a Deus. Ela é o caminho da oração, A Palavra,
de modo particular nos salmos, tem tudo para a oração cristã. Ela percorre todos
os sentimentos e possui todo ensinamento. Uma das missões da Igreja é ensinar a
rezar. Rezamos pouco e mal. Não se trata de citar textos da bíblia ou ler
orações, mas de buscar nela nosso relacionamento com Deus. A catequese atual,
graças a Deus, tem um de seus pilares na Palavra. É oportuno, para melhorar
nossa oração, buscar mais a Palavra de Deus, pois é fonte para a oração.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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