Evangelho
segundo S. João 3,14-21.
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Assim como Moisés
elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o
homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que
o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n'Ele não é condenado, mas quem não acredita n’Ele já está
condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus». E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as
trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más ações odeia a luz e não se aproxima dela, para que
as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam
manifestas, pois são feitas em Deus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Francisco de Sales (1567-1622),
bispo de Genebra, doutor da Igreja
«Obras completas», t. 10
«Deus amou tanto o mundo
que entregou o seu Filho Unigénito»
Deus não poderia dar ao mundo outro remédio,
senão a morte de seu Filho? [...] Certamente que poderia ter-nos resgatado por
mil outros meios, que não fossem a morte de seu Filho; mas não quis fazê-lo,
porque o que era suficiente para a nossa salvação não o era para saciar o seu
amor. E, para nos mostrar como nos amava, este Filho divino morreu com a morte
mais terrível e ignominiosa, que era a morte de cruz. Que resta, pois, e que consequência podemos tirar daqui, a não ser que, dadoo
que Ele morreu de amor por nós, morramos nós também de amor por Ele, ou, se não
podemos morrer de amor, ao menos não vivamos senão por Ele? [...] Era disto que
se queixava o grande S.to Agostinho: «Senhor, será possível que o homem saiba
que morrestes por Ele e não viva por Vós?» E esse grande amoroso que foi S.
Francisco exclamava, soluçando: «Ah, morrestes de amor e ninguém Vos ama!»
[...] Não há redenção senão nesta cruz. Ó Deus, que grande utilidade e que grande
proveito é para nós contemplar a cruz e a Paixão! Será possível contemplar esta
humildade de Nosso Senhor sem ser humilde e amar as humilhações? Poderemos ver
a sua obediência sem ser obedientes? Oh não, nunca ninguém contemplou Nosso
Senhor crucificado e morreu ou adoeceu. Pelo contrário, os que se recusam a
contemplá-lo morrem, como acontecia aos filhos de Israel que se recusavam a
olhar para a serpente que Moisés tinha mandado colocar no alto da coluna.
http://www.evangelhoquotidiano.org
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