Celebrar a Imaculada
Conceição de Maria é acreditar que Deus realiza o seu projeto de ser tudo em
todos (Cl 3,11).
Como graça é para todos, ela também foi redimida por obra da graça e da bondade
misericordiosa de Deus. Não comeu a fruta do pecado. Maria é a primeira a ser
totalmente de Deus. Estamos celebrando um privilégio daquela que foi escolhida
para ser Mãe do Filho de Deus. Por isso a chamamos de Mãe de Deus. Em Maria é
cortada a corrente do pecado que vinha infectando toda a humanidade desde Adão.
Todos pecaram em Adão. Mas o dom da graça é superior e tem efeito maior que o
pecado, como lemos na carta aos Romanos no capítulo quinto. Deus rompeu com
essa corrente ao “dar uma digna habitação para seu Filho” (Oração). O que se
realizou em Maria, por graça, é dado a todos. É nossa meta. Por Jesus, Deus
quis que ela fosse concebida sem pecado. Por Jesus(,)
nós nos libertamos do pecado. Deus podia fazer assim, quis fazer e fez (Duns Scotus). A cena
da tentação do Paraíso se repete a cada pessoa. Todos podem vencer. Somos
predestinados à graça de sermos filhos adotivos. Como Maria tem toda a graça,
pela ação do Espírito Santo, gera a Graça, Jesus. Pode continuar gerando em nós
o mesmo Jesus na medida em que fazemos a vontade do Pai. Celebrar a Imaculada
Conceição de Maria é reconhecer que a ação redentora de Deus vai acontecer para
todos, pois já se realizou em totalidade na mulher que escolheu para Mãe de Seu
Filho. Jesus não nasceu como nós, já marcados pelo pecado original, pois sua
Mãe não O gerou no pecado de Adão, mas na Graça do Espírito.
1961. A Imaculada Conceição é um dogma
Maria foi concebida sem o pecado original. Isso é um dogma da fé
católica. O que é um dogma? “É uma luz no caminho de nossa fé, que o ilumina e
o torna seguro” (Catecismo
88). Os dogmas estão unidos às outras verdades da fé, como uma única
verdade que nasce de Cristo que é a Verdade. Os dogmas fazem parte do conjunto
da Revelação Divina. A Igreja não inventa um dogma. Quando uma verdade começa a
ser colocada em dúvida, a Igreja reúne os concílios e estuda e define o que é
da Verdade. “O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita
ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja
autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo, isto é aos bispos em comunhão
como sucessor de Pedro, o bispo de Roma” (Cat 85). Um dogma tem fundamento na
Escritura e na Santa Tradição. É ensinamento do Papa, no ensinamento dos
mestres da fé, ensinado na Teologia, celebrado na liturgia e confirmado pela fé
do povo. Por isso, o Papa Pio IX, (08.12.54), proclamou o dogma da Imaculada
Conceição de Maria.
1962. Cheia de Graça
Se cada um
pudesse escolher sua mãe, poria nela tudo que necessitaria para gerar um filho
maravilhoso. Foi o que fez Deus Pai ao escolher aquela que seria a Mãe de seu
Filho. Por isso, o Anjo Gabriel a chama de Cheia da Graça de Deus. Essa graça é
justamente a libertação no momento da concepção de tudo o que o pecado original
coloca em nós. Não ficou dispensada de colaborar com a graça para cumprir sua
missão. É privilegiada, mas não dispensada de viver a fé e o amor. Com a Graça
recebe todos os dons que ela traz consigo. O Espírito Santo não só gerou Jesus
no seio de Maria, como preparou-a a ser totalmente pronta a acolher a semente
divina que foi colocada nela. Cada semente exige uma terra apropriada. Por isso
ela é também chamada Esposa do Espírito Santo. O povo cristão, fiel à Palavra
de Deus, Escrita e Transmitida, soube honrar Maria com todo o carinho,
reconhecendo o que Deus fez nela.
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