terça-feira, 5 de setembro de 2017

EVANGELHO DO DIA 5 DE SETEMBRO

Evangelho segundo S. Lucas 4,31-37.
Naquele tempo, Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali ensinava aos sábados. Todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque falava com autoridade. Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de demónio impuro, que bradou com voz forte: «Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus». Disse-lhe Jesus em tom severo: «Cala-te e sai desse homem». O demónio, depois de o ter arremessado para o meio dos presentes, saiu dele sem lhe fazer mal nenhum. Todos se encheram de assombro e diziam entre si: «Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros e eles saem!». E a fama de Jesus espalhava-se por todos os lugares da região. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Diádoco de Foticeia (c. 400-?), bispo 
Cem capítulos sobre o conhecimento, 78-80, na Filocalia 
«Cala-te e sai desse homem»
O batismo, banho de santidade, lava as manchas do pecado, mas não altera a dualidade da nossa vontade e não impede que os espíritos do mal nos combatam ou nos enredem nas suas ilusões. [...] Mas a graça de Deus tem a sua morada nas profundezas da alma, ou seja, no entendimento. Com efeito, diz-se que a filha do rei e as donzelas suas amigas «avançam com alegria e júbilo e entram com alegria no palácio real» (Sl 44,16), não se mostrando aos demónios. Por isso, quando nos recordamos de Deus com fervor, sentimos brotar o desejo do divino no fundo do nosso coração. Mas, nessa altura, os espíritos malignos atacam os sentidos corporais e aí se ocultam, aproveitando o relaxamento da carne. [...] Desta forma, o nosso interior, como diz o divino apóstolo Paulo, rejubila continuamente na lei do Espírito (Rom 7,22), mas os sentidos da carne desejam deixar-se levar pela propensão para os prazeres [...]. 
«A luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam» (Jo 1,5) [...]: o Verbo de Deus, verdadeira luz, no seu incomensurável amor pelo Homem, considerou oportuno manifestar-Se à criação em carne e osso, acendendo em nós a luz do seu conhecimento divino. O espírito do mundo não acolheu o desígnio de Deus, isto é, não O reconheceu. [...] No entanto, como maravilhoso teólogo, o evangelista João acrescenta: «O Verbo era a luz verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina. Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não O reconheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas, a quantos O receberam, aos que nele creem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus» (9-12). [...] Quando diz que o mundo não recebeu a verdadeira luz, o evangelista não se refere a Satanás, que é estranho a essa luz, visto que a rejeitou desde o início. Com esta afirmação, S. João acusa justamente os homens que compreendem os poderes e as maravilhas de Deus mas, devido ao seu coração obscurecido, não se querem aproximar da claridade do seu conhecimento. 

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