Celebramos, neste último domingo do ano litúrgico, a
festa de Cristo Rei. Nela professamos a fé em Cristo Senhor do Universo. Tudo tem
sentido Nele e para Ele converge. É a Ele que vamos servir e é por Ele que
seremos julgados. Neste julgamento final podemos ficar tranquilos, pois temos a
certeza do convite a estar com Ele. É como um pai que recompensa os filhos.
Deus, dando-nos a liberdade, deu-nos o dom da escolha do caminho. E dá-nos até
a possibilidade de recusá-lo. O risco está em nossas mãos. Jesus, o Senhor do Universo
não vai condenar ninguém, pois Ele mesmo diz: “Se alguém ouvir minhas palavras
e não as guardar, Eu não julgo, pois não vim ao mundo para julgar o mundo, mas
para salvar o mundo... a palavra que proferi é que o julgará no último dia” (Jo
12,47-48). O profeta Ezequiel proclama
o Senhor como pastor que cuida do rebanho, reunindo as dispersas, resgatando
das escravidões, cuidando das doentes e vigiando as fortes (Ez 34
11-17). O próprio Deus é o modelo para
o seguidor de Jesus. Quem agir como Ele será salvo. Jesus, no evangelho de
Mateus (25,31-36), adianta-nos
os itens sobre os quais seremos julgados: “Tive forme e me destes de comer; estava
com sede e me destes de beber; era estrangeiro e me acolhestes; doente e me
visitastes; nu e me vestistes; doente e cuidastes de mim; estava na prisão e
fostes me visitar. Essas necessidades são os extremos da necessidade de uma
pessoa no físico, no afetivo e no social. Em que consiste este julgamento
final? Ao fazermos isso ao menor, fazemos como Jesus fazia. E o fazemos a Ele,
na pessoa do necessitado. Este é o Reino do amor, da justiça e da paz” (Prefácio). Essa é a missão de Jesus e da Igreja. Por aí
podemos ver que a religião puramente espiritual, não salva. A religião
individualista quando só pensa na minha salvação, não salva. E a parte
espiritual, como fica? A oração será fecunda se partir das necessidades reais
das pessoas. E por outro lado, se rezamos realmente, iremos necessariamente
para a caridade. É hora de repensarmos a vida espiritual, o grupo de reflexão,
a oração, o apostolado, os movimentos? O juiz é tão bom que põe a sentença em
nossa mão.
Primeiro
ressuscitado.
A ressurreição de Jesus é a garantia de nossa
ressurreição. Ele venceu a morte e o mal. Sua vitória final será quando dominarmos
o mal do egoísmo que gera em nós a morte do pecado. Pecar é não amar através de
atitudes salvadoras como fez. A ressurreição de Jesus é a vitória sobre todo
tipo de morte que está estampada no sofrimento e na dor dos frágeis. A
ressurreição de Jesus está presente na comunidade quando as pessoas são capazes
de se empenharem para que haja vida para todos. Assim Ele o fez. Deu a vida
para que tivéssemos vida. A renovação que Jesus traz é capacidade de saber dar
vida a todos.
União
de todos os povos
Obedecer aos mandamentos (Pós-comunhão)
é fonte de vida para o mundo. Foram escritos em pedra, pois tem valor perene
para a construção do homem e do mundo. Cada mandamento é uma chama do amor que
leva à vida em Cristo e anula uma força destruidora que gera fome, sede,
doença, prisão, nudez e migração. Somente promovendo os mandamentos poderemos
seguir a Cristo e restaurar o mundo. Eles não coíbem ou proíbem, mas promovem a
vida, o respeito o amor, a dedicação a Deus, à família, aos outros e a nós
mesmos. O grande julgamento acontece no dia a dia quando somos questionados
pelo amor. A Eucaristia é um laboratório para aprender o amor extremado.
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