quarta-feira, 3 de maio de 2017

EDUARDO JOSÉ ROSAZ Bispo, Beato (1830-1903)

De família abastada, veio ao mundo em Susa (Itália), a 15 de Fevereiro de 1830. Recebeu a educação eprimeira instrução na casa paterna, dada pelos pais, bons católicos, e por um professor particular. Continuou os estudos em Turim e por último num colégio de Soluzzo. Andando nos 19 anos, tendo falecido os pais e julgando ser chamado para o sacerdócio, entrou no seminário de Susa, mas pouco depois teve de procurar um clima mais benigno para a saúde. Por essa razão foi para a cidade de Nice, na França.
No Sábado Santo de 1854 recebeu a ordem de diácono, e na vigília da festa da Santíssima Trindade foi ordenado sacerdote. Nessa altura, tomou os seguintes propósitos: Promover o bem do povo em todas as coisas; reservar para si os encargos, prescindindo de todos os incómodos; levar por diante com boa vontade o que se refere ao bem da alma ou do corpo dos fiéis; estar à disposição, pronta e gratuitamente, dos sacerdotes; exercer qualquer género de apostolado da melhor maneira possível.
Depois da ordenação sacerdotal, entregou-se à acção pastoral em Susa, empregando o tempo em ouvir confissões, pregar a palavra de Deus por meio de missões, tríduos, prática das quarenta horas, bem como ensinar o catecismo às crianças e jovens. Desempenhou, além disso, as funções de capelão das cadeias (1863), reitor do liceu da cidade (1866), director espiritual das Irmãs de S. José de Oulx (1869-1871) e reitor do seminário diocesano (1874-78).
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Por carta apostólica, assinada em Roma a 15 de Janeiro de 1878, foi elevado a Bispo de Susa. No novo cargo de tamanha responsabilidade, continuou com a vida de oração, meditação, estudo da doutrina sagrada, exercícios espirituais, que fazia todos os anos em particular ou juntamente com o clero da diocese. Pôs particular empenho na formação dos padres e leigos. Seis vezes percorreu todas as paróquias da diocese, mesmo as mais afastadas nos montes, com vias de acesso difíceis. Era o bom pastor que não abandonava as ovelhas. Escreveu bastantes cartas pastorais e levou a termo numerosos projectos de apostolado. Favoreceu a impressão de revistas e livros católicos. Lutou denodadamente contra o liberalismo, que se difundia por toda a parte e atacava os direitos da Igreja.
A sua casa estava sempre aberta para todos, sobretudo para os padres que vi­nham de longe. Não os deixava sair sem partilhar da própria mesa. Nos casos de grandes calamidades, como a cólera-morbo e chuvas torrenciais, era o primeiro a socorrer as vítimas, dando do que era seu e não se envergonhando de pedir esmolas, inclusive em outras dioceses.
Para ajudar as meninas e jovens abandonadas, fundou a Congregação das Irmãs de S. Francisco de Susa,que depois também tomaram conta de pessoas idosas e doentes. No dia 2 de Fevereiro de 1903, ele mesmo aprovou com decreto episcopal, para a diocese de Susa, o seu Instituto, e preparou-lhe constituições apropriadas.
Seguiu e fielmente imitou S. Francisco de Assis, sobretudo pelo caminho da po­breza e da humildade. Rico por nascimento, viveu sempre pobre para imitar a Cristo pobre. Sobressaiu nele o amor à Sagrada Eucaristia e à Santíssima Virgem.
Durante a sua vida teve a alegria e o privilégio de privar da amizade de quatro santos: S. João BaptistaVianney (1786-1859), S. José Cafasso (1811-1860), Santa Maria José Rossello (1811-1880) e S. João Bosco (1815-1888). Pôde até assistir à morte deste último, que faleceu em Turim no dia 31 de Janeiro, com 73 anos e meio. Com quase essa mesma idade viria a morrer D. Eduardo José Rosaz. De facto, nos começos de 1903, um ataque súbito anunciava-lhe que o seu fim estava próximo. No dia 26 de Abril ainda se demorou com a juventude do liceu de Susa, distribuindo alguns doces. Depois disse ao prefeito: «A ti confio estes jovens. É a obra mais bela, mais santa e mais notável que se realiza na vida. Devem fazer-se todos os esforços para a juventude ser cristãmente educada». Este foi o seu testamento.
No dia 2 de Maio pediu o sacramento da Unção e o Sagrado Viático. No dia se­guinte de manhã, rodeado de vários sacerdotes, adormeceu no Senhor.
As suas virtudes heróicas foram aprovadas no dia 22 de Março de 1986. Recebeu as honras da beatificação a 14 de Julho de 1991. – AAS 78 (1986) 1178-82; 84 (1992) 947-9; DIP 7,2028.
Cf. Pe. José Leite, SJ.

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